sábado, maio 31, 2008

WILIAM RADY

Caros Leitores.
-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------Na década de 50, mais precisamente em 1956, acompanhávamos, juntamente com colegas, um jovem estudante do Curso Científico, que não sabíamos o nome, para assistirmos suas experiências com foguetes no Aeroporto local.

Naquele tempo, nosso Aeroporto, ainda sem asfalto, era movimentadíssimo, pois aqui desciam a Real Transportes Aéreos, a Aerovias Brasil, a Vasp e a Nacional. Então, o Aeroporto Santos Dumont, fazia jus ao nome, pois o tráfego aéreo era espetacular.

Assim sendo, este moço que ia fazer as experiências com foguetes, tinha que escolher um horário que pudesse usar à vontade, e este horário era entre 14:00 e 16:00 horas.

Era simplesmente espetacular vermos os foguetes, todos artesanalmente feitos por ele, movidos não sabemos por qual combustível, pois era impossível chegar perto. Quando acionados a distância subiam verticalmente e com o alcançar das alturas, se curvavam, iguais os imensos foguetes que hoje atingem Marte, como se procurando o local de seu pouso, que nem sempre era suave, muito pelo contrário, era em choque com o chão.

Outras vezes, os foguetes explodiam no chão, causando aquela decepção e tristeza na turma que lotava o Aeroporto. Mas enfim, era uma sensação o acontecimento deste jovem que já fazia experiências para o futuro que o esperava.

Tempos passados, conhecemos pessoalmente o protagonista de nossa história de hoje, porque sua esposa, na década de 60, passou a estudar piano com nossa irmã, coisa que aproximou nossas famílias.

Estamos nos referindo ao araguarino de quatro costados, Wiliam Rady.

Homem simples, discreto, modesto, mais ouve do que fala, o que vem demonstrar sua forma de viver.

Sua esposa, vem a ser filha do casal Waldemar Borges e da senhora Eni Borges. Pais do Walny, Walby e de Waldeny Borges.

Nossos pais, foram padrinhos de casamento por parte da noiva.


Daí surgiu uma amizade, cultivada principalmente pela nossa irmã Aparecida (Cida) e Waldeny. Se comunicam semanalmente de São Paulo a Goiânia. Onde cada uma reside.

Mas esclarecido o fato da amizade formada, vamos lá, continuar a narração de nossa história.

Completado o Curso Cientifico no Colégio Regina Pácis, o Wiliam foi embora em busca do saber. Foi para São Paulo, cursar Engenharia Industrial, na FEI, e, de lá, visitando constantemente sua terra, Araguari, tanto para rever seus pais, como a sua noiva e aos amigos que deixara para matar saudades.

Mas caros Leitores, para que conheçam minuciosamente a vida deste araguarino que lá longe nunca esqueceu sua terra, resolvemos transcrever sua biografia, da forma discreta que dissemos ser possuidor.
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Wiliam Rady

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Nascido em Araguari, em 12/02/1939, filho de Assad José Rady e de Dona Josina G. Rady.

Estudos básicos:
Externato Santa Terezinha
Jardim de Infância: de 1.942 a 1.944
Primário, de 1945 a 1.950
Admissão ao Ginásio: 1.951

Colégio Regina Pacis
Ginásio: de 1.952 a 1.955
Científico: de 1.956 a 1.958
Cursinho:
Anglo-Latino, São Paulo, 1.959
Curso Superior:
Faculdade de Engenharia Industrial – FEI, São Paulo
Engenharia Mecânica, de 1.960 a 1.964

Cursos Pós-Graduação:

MBA - Fundação Getúlio Vargas, São Paulo.
MBA - Universidade de Reichelsheim, Alemanha
Vida profissional:

Volkswagen do Brasil: de Janeiro de 1.965 a Junho de 1.982 Cargos: de Engenheiro Estagiário até Gerente Geral de Produção Mecânica ( Motores, Câmbio, Juntas Homocinéticas ).

Freudenberg A.G.: de Julho de 1.982 a Julho de 1.987.
Cargo: Diretor Técnico

Erico do Brasil: de Agosto de 1.987 a 31 de Dezembro de 1.997
Cargo: Diretor Presidente

W. RADY & Sons Ltda.: com seus dois filhos Darwin e Cícero, respectivamente Engenheiro Mecânico e Técnico Mecânico, fundou essa nova Empresa em Janeiro de 1.998.

Em Agosto de 2.000 a W. RADY & SONS associou-se à BRAR Elettromeccanica SRL., de Mantova, Itália, tendo mudado a razão social para: BRAR & W. RADY LTDA.

O Grupo BRAR tem fábricas na Itália, França e Brasil, estando iniciando nova fábrica na Argentina, em Buenos Aires.

A BRAR & W. RADY é fabricante de Cabos Refrigerados a Água de alta corrente ( até 70.000 Ampères ) para Fornos Elétricos de Siderúrgicas e Fundições, e Cabos Refrigerados a Água especiais para máquinas de solda a ponto e robôs na Industria automotiva. ( Correntes de 14.000 Ampères )

É fornecedor exclusivo para todas as fábricas de automóveis do Brasil, Argentina, Venezuela, Chile, Colômbia e Equador. Todas as Siderúrgicas brasileiras, principalmente o Grupo GERDAU recebem cabos W. RADY, que são exportados também para a Argentina, Chile, Peru, Venezuela, Guatemala, Colômbia, Equador e México.

http://www.brarady.com.br/

A Empresa é homologada ISO 9001/2000 pela BSI – British Standards Industry da Inglaterra.

Durante sua atuação na Volkswagen, fez diversas viagens técnicas a Alemanha,
às fábricas de Wolfsburg, Hanover, Salzgitter e Ingolstadt.

Como Diretor da Freudenberg, residiu em Heidelberg e Weinheim am der Bergstrasse, na Alemanha, durante o ano de1.982.

Na W. RADY faz freqüentes viagens para visitar seus clientes em toda a América Latina.

Hobbies:

Foi piloto Privado durante alguns anos, tendo possuído 3 aviões monomotor(es).

É estudioso de História da Segunda Guerra Mundial, tendo visitado os principais campos de Batalha na Europa (Verdum, na França, Monte Cassi no e Monte Castelo na Itália, Praias da Normandia onde se deu a invasão aliada em 1.944, Tarquinia, Base do 1°Grupo de Caça da Fôrça Aérea Brasileira, Passo de Casserine, onde o General George S. Patton travou sua mais sangrenta batalha contra os alemães)

Conheceu pessoalmente o maior Ás da Luftwaffe, Erich Hartmann, que abateu 352 aviões aliados no Norte da África.

Conheceu também o piloto do B-29 “ Enola Gay “, Paul Tibbets, que lançou primeira Bomba Atômica sobre Hiroshima. Paul Tibbets faleceu no fim do passado.

Musica:

Aprecia os Concertos de Violino de Paganini, Beethoven e Mendelsohn. Visitou recentemente em Cremona, Itália, a casa de Antonius Stradivarius, que construiu no final do século 17 até o início do século 18 os melhores violinos conhecidos até hoje.

Em 1.982 conheceu pessoalmente na Alemanha, em Mannheim, o “ Violinista do Século “, Yehudi Menuhim, falecido recentemente.

Museu “ ASAS de um SONHO “:
É Diretor do Conselho Administrativo. Trata se do maior Museu de aviões da América do Sul, que hoje tem um acervo de 83 aviões antigos e clássicos, alguns deles raríssimos. O Museu é de propriedade da TAM Linhas Aéreas e está localizado na cidade de São Carlos.

Condecoração:

Foi agraciado recentemente com a medalha “ Membro Honorário da Fôrça Aérea Brasileira “.

O motivo da condecoração foi o serviço prestado à FAB, através do Museu “ ASAS de um SONHO “, na preservação da História da Aviação Brasileira. Sob sua coordenação
foram restaurados os seguintes aviões históricos da FAB:

Thunderbolt P-47, do 1° Grupo de Caça, que lutou nos céus da Itália.
Gloster Meteor F-8, primeiro caça a jato da FAB.
Curtiss Biplano, usado em treinamento pela FAB na década de 40.
Wacco biplano.
Stinson Reliant.

Restaurou, durante seis anos, em Araguari, o FORD 1.929 que pertenceu ao seu pai e ao tio Afif. A restauração foi feita 100% com peças originais da Ford americana, inclusive a tinta que também importada dos Estados Unidos.

Agora nossos leitores sabem do valor, da garra, da persistência, que Wiliam Rady é possuidor. Sabem também do grande amor que tem por sua terra, Araguari. Com sua simplicidade, os araguarinos nem notam quando ele está na cidade, a não ser quando passeia em seu Fordinho 1929, herança de seu pai Assad José Rady e de seu tio Afif Rady.

Puderam observar que é um estudioso da 2ª Grande Guerra Mundial. Procura visitar e conhecer participantes da mesma. Gosta de ir ao local das batalhas sangrentas que existiram, ver onde nossos homens tombaram junto com os aliados.
Seu círculo de amizades é imenso, tanto pelo fato de ser um grande industrial aqui no Brasil e lá na Europa, com fábricas de produtos automotivos, como pela facilidade de comunicação com sua forma simples e sincera de viver.

João Amaro, irmão do saudoso Comandante Rolin, proprietário da TAM, viaja com ele para a Europa para ampliar os conhecimentos pós guerra.

João Amaro, foi piloto aqui em Araguari do senhor Rossini Aguiar. Morava ali onde hoje funciona o jornal Diário, logo abaixo do Clube Recreativo Araguarino, juntamente com uma turma de rapazes que faziam uma república, dentre eles, o Cairo Damião da Soberana Tecidos.

Para melhor ilustrarmos nossa matéria, vamos publicar algumas fotos, para que todos os Leitores, saibam que nossa terra, gera grandes homens, homens que aqui não podem permanecer pela falta de espaço para se expandirem. Assim vamos perdendo jovens e mais jovens no decorrer dos tempos. Mas o importante, é que lá fora, honram o nome de Araguari, divulgando-o positivamente.

Iniciamos com a foto na Base Aérea de Cumbica, quando da entrega do Diploma de Membro Honorário da Força Aérea Brasileira, ofertado ao homenageado pelos relevantes serviços prestados à Organização. A entrega foi feita juntamente com a medalha alusiva ao ato, pelo Major Brigadeiro do Ar, José Roberto Scheer. Comandante do Quarto Comando Aéreo Regional.

Na foto seguinte, vemos quando a solenidade era preparada para sua realização. Postada em frente ao Pavilhão Nacional, a Banda de Música, a postos para a execução do Hino Nacional.

Esta solenidade em Cumbica, se deu em 16 de maio de 2008.

Em seguida, a outra foto nos mostra o homenageado Wiliam Rady, a postos para receber o Diploma de Membro Honorário assim como a medalha de Honra ao Mérito. Está ladeado por civis e militares ilustres.
Vejamos agora algumas fotos tiradas um dia antes da inauguração oficial do Museu “Asas de um Sonho”, da TAM, localizado em São Carlos, Estado de São Paulo.

Foto 1– O MESSERSCHMITT ME 109 no Museu.
A foto foi tirada no dia que terminaram sua restauração. Foi pintado nas cores do piloto alemão “Hans Joachim Marselle”, distinguido com o título de “Major Virtuose” da 2ª Guerra Mundial.
O MESSERSCHMITT ME 109, foi um dos melhores caças alemães da 2ª Guerra Mundial.
Marseille, seu piloto, morreu aos 23 anos quando voltava de um combate no norte da África.
Juntamente com João Amaro (TAM), Wiliam irá em agosto próximo visitar o local exato onde ele caiu, ao sul de Trípole, na África.



Foto 2 – O “Corsair” do Museu, onde aparece o João Amaro, irmão do falecido Comandante Rolin Amaro. Wiliam, mantém com o mesmo uma grande amizade, e, trabalham juntos no “Museu Asas de um Sonho”.


Foto 3 – O “Cessna 180”. Conforme palavras de Wiliam Rady, o melhor avião que ele possuiu. “Ele me entendia como nenhum outro. Sinto muita saudades dele”. Palavras do mesmo.

Foto 4 – O “Corisco” – O terceiro avião de Wiliam Rady.


Foto 5 – O Jeep 1942 no Museu Asas de um Sonho. À frente podemos ver a esposa do Wiliam, senhora Waldeny, juntamente com a filha de ambos, Patrícia, médica. O Jeep tem o seu nome.

Foto 6 – Outra foto do Jeep, totalmente restaurado por Wiliam Rady, que arrematou-o em um leilão do Exército há uns 25 anos atrás. Esta 100% original. Após a reforma, foi doado por Wiliam ao Museu Asas de um Sonho, para ficar junto ao lado do avião de caça da Marinha Americana “F4U-I-Corsair” pelo fato de ambos terem lutado juntos em Guadalcanal, no Pacífico durante a 2ª Guerra.

Foto 7– Foto tirada um dia antes da inauguraçãodo museu ASAS de um SONHO , em novembro de 2.006. Wiliam está a direita, entre o João Amaro e seu filho Hugo, que é Comandante do Airbus A 320.

Isto caros Leitores, foi um relato resumido da vida deste grande homem araguarino, pouco conhecido entre os araguarinos, grande conhecido por este mundo a fora. É um araguarino. Adora Araguari. Estando sem compromissos para cá vem, não importa o dia da semana. O que ele quer é estar entre os familiares, os amigos, os demais parentes, cortar cabelo lá no salão do Júlio, bater papo com aqueles que lhe querem bem. A reciprocidade existe.

Um fato importante. Além do Jeep 1942 do tempo da guerra que o Wiliam restaurou e presenteou o Museu com o mesmo, restaurou também dois veículos com as próprias mãos, como hobbies.


A foto ilustra o Ford 1929 - MODEL – A - Totalmente restaurado por ele com peças importados dos Estados Unidos, inclusive a tinta, tudo da fábrica Ford. Levou 6 anos para colocá-lo como está. Um de seus prazeres é passear com ele pelas ruas que seu pai e Afif tanto circularam. Nós nos lembramos deles rodando por aí na época. As peças usadas no Fordinho são 100% originais.

Esta outra foto, ilustra seu outro carro de coleção. Um DKW Vemag. 1963. As portas dianteiras abriam-se para trás. Este carro foi de propriedade do senhor José Coelho de saudosa memória. Ele trabalhava com baterias de carro, na rua Olegário Maciel, em um cômodo comercial ao lado de sua residência.


E assim caros Leitores, chegamos ao final de mais um relato.

Desta feita de um araguarino ilustre, industrial no Brasil e na Europa, sendo que dentro em breve estará com seus produtos na América do Sul.

Ficamos orgulhos e envaidecidos de podermos narrar aquilo que temos como de grande importância para nossa cidade, assim como temos certeza de que vocês irão gostar do que leram e do que viram nas fotos ilustrativas. Fotos estas todas de responsabilidade de Wiliam Rady, cedidas gentilmente para fazermos a matéria.

Era o que tínhamos.
Que Deus nos abençoe.
Um abraço.

domingo, maio 25, 2008

Comentários

Agradecemos a atenção e os distintos comentários que recebemos dos amigos, Marília da Cunha, Sandra Patesco e Olírio Júnior.

Caro amigo,

Obrigada mais uma vez pelas lembranças. Lembro-me demais do Rogério, assim como de sua mãe e irmãs. Da paisagem então, nem se fala ( Colegio Sagrado Coração de Jesus ), do qual guardo uma recordação que não se perde no tempo... Um abraço.

Continue ensinando as pessoas a cultivar a memória de pessoas e lugares que não podem ser esquecidas. Um grande abraço e a minha admiração.

Marilia

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Ei Peron, você sempre resgatando a nossa HISTÓRIA!!!! Fico super feliz em conhecer!! Parabéns e obrigada por proporcionarmos grande alegria e descobertas.
Um grande abraço e continue sempre assim.

Sândra

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Caríssimo Peron.
Excelente matéria.
Parabéns!

Oliro Junior

sábado, maio 24, 2008

DE ONDE É ESTA FOTO ??

Caros Leitores,

Sabem de onde é esta foto?

Ela foi tirada em 1913. Pertence à senhora Marizete Nader Farias, viúva do grande e saudoso centro avante do Araguari Atlético Clube, Rogério Faria, pais do ator da Globo que leva o nome do pai.

Mas vamos até o local.

É de nossa Araguari e trata-se da atual Av. Joaquim Aníbal, esquina com a Rua Maricota Santos.


Na época era uma hospedaria para os tropeiros que levavam e traziam mercadorias de São Paulo para Araguari e interior de Goiás.

Podemos ver a quantidade de animais, troles, charretes, prontos para seguir viagem, com os cavaleiros já sobre os animais.


Dentre aquelas moças de branco, na porta sob a árvore, encontra-se a então menina Celeste Ernestina de Jesus. Ela vem a ser mãe do Rogério, sogra da senhora Marizete.

Na primeira janela, também sob a árvore, vemos uma pessoa que vem a ser a avó do Rogério. A família explorava e era responsável pela hospedaria.


Ainda na foto, vemos na esquina, uma casa cheia de portas. Vem a ser aquela casa ainda, toda reformada pertencente ao Colégio Sagrado Coração de Jesus. Nela residiu por longos anos, a família do senhor Oto Tormim.


Os dois grandes chalés onde era a hospedaria.

Hoje é parte do Colégio Sagrado Coração de Jesus, sendo a do lado da casa antiga, a entrada para o enorme palco auditório do Colégio, onde comemorava-se as formaturas e era local para eventos artísticos de então.

O chalé da direita, vem a ser a Capela do Colégio.

Na esquina da frente, vemos uma casa que foi demolida e depois construída uma nova a pelo fazendeiro Vasco Rodrigues da Cunha. Hoje a casa reformada, abriga a Secretaria Municipal de Trabalho e Ação Social.

Confiram nos dias de hoje, o que é aquele local. Simplesmente fantástico o passar dos anos.


Senhora Marizete, gratos pela gentileza da colaboração, que leva aos internautas um pouco de nossa história.

Era o que tínhamos.
Que Deus nos abençoe.
Um abraço.
Fotos: Senhora Marizete Nader Farias / Arquivo pessoal / Google Earth

Tropeiro
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre

Tropeiro é a designação dada aos condutores de tropas, assim designadas as comitivas de muares, e cavalos entre as regiões de produção e os centros consumidores, a partir do século XVII no Brasil pelos Bandeirantes. Mais ao sul do Brasil, também são conhecidos como carreteiros, pelas carretas com as quais trabalhavam.
Além de seu importante papel na economia, o tropeiro teve importância cultural relevante como veiculador de idéias e notícias entre as aldeias e comunidades distantes entre sí, numa época em que não existiam estradas no Brasil.
Um dos marcos iniciais do tropeirismo foi quando a Coroa Portuguesa instalou em 1695 na Vila de Taubaté, a Casa de Fundição de Taubaté, também chamada de Oficina Real dos Quintos. A partir de então, todo o ouro extraído das Minas gerais deveria ser levado a esta Vila e de lá seguia para o porto de Parati, de onde era encaminhado para o reino, via cidade do Rio de Janeiro.
Ao longo das rotas pelas quais se deslocavam, ajudaram a fazer brotar várias das atuais cidades do Brasil.

sábado, maio 17, 2008

“Quinquinha”

Caros Leitores.

Década de 60. Anos Dourados. Domingo à noite.
Década de 60. Anos Dourados. Domingo à noite.


Terminada a primeira sessão do Cine Rex, saíamos pelas laterais da Travessa São Bento, acompanhados das namoradas, íamos pela Rio Branco até na Brasil Acioly, subíamos para pegar a Rui Barbosa.


Na esquina da Praça Manoel Bonito, lado de cima, defronte ao extinto Banco Comércio e Indústria de Minas Gerais,hoje Banco Itaú, banco este por onde passaram expoentes da sociedade araguarina, entre os quais citamos, José Chico, Jofre Araújo Guimarães, Oswaldo Marcelino da Silva, Wagner Mota, e outros tantos, ficava o “Quinquinha”, com seu carrinho de pipocas feitas na hora.



O nosso programa que se iniciava com a sessão cinematográfica, tinha sua seqüência com a compra de pipocas quentinhas, salgadas, feitas com carinho e esmero pelo já famoso “Quinquinha”, que dava crédito para sua clientela. Nunca deixou de receber um saquinho de pipocas sequer.



Seguíamos com todo o estilo que a época exigia, terno, gravata, fatiota completa para acompanhar a namorada que com elegância se vestia. Íamos até a Praça do Quebra Pedra, hoje Farid Nader, mais precisamente no Bar do Crispim, quando as pipocas terminavam e comprávamos sorvete para o retorno até a Manoel Bonito, vendo as belas vitrines das lojas, conversando com amigos, outros casais, saboreando os sorvetes que tiravam o sal das gostosas pipocas da boca, chegando de volta ao intenso movimento do “vai e vem” na Manoel Bonito.
Daí, seguíamos para a sede da U.E.A. – União dos Estudantes de Araguri, localizada na Afonso Pena, defronte hoje a UNIAPA, quando dançávamos ao som da eletrola, as músicas da “Jovem Guarda” e da orquestra de “Ray Conniff”, encerrando as 23,00 horas o belo domingo, quando então acompanhávamos as namoradas até suas casas.

De nossa geração e de gerações posteriores, difícil de se dizer quem não saboreou as deliciosas pipocas do “Quinquinha”, que tinha seu ponto fixo na esquina acima mencionada.

Conversando com o Quinquinha, ele se expressou da seguinte forma: “Peron, vender pipocas foi uma benção de Deus, pois com elas, que alegravam tanto crianças e adultos, consegui comprar um terreno e construir minha casa, sendo que nela trabalhei também como pedreiro.
O madeiramento comprei do senhor Marcionil, e finalmente a casa ficou pronta”. Foram 22 anos vendendo pipocas, das 17,30 horas até às 22,00 horas, aos sábados, domingos e feriados. Participei de todas as festas de igrejas, circos, parques de diversões, quermesses e até comícios políticos de então.
De 1958 a 1980, trabalhei duro, paralelo à minha profissão de sapateiro. Continuou dizendo: com o ofício de sapateiro criei minha família, com as pipocas consegui minha casa para abrigá-la. Uma grande e prolongada luta que valeu a pena.

Quinquinha ainda nos lembrou que no início, não existia o botijão de gás, sendo que ele mandou fazer um cilindro onde armazenava gasolina que através de uma bombinha, fazia pressão para o fogareiro onde eram feitas as pipocas, em uma grande panela de alumínio com uma tampa. Tinha um varão com uma manivela para mexe-las, não deixando assim nenhum “piruá”, grão sem arrebentar.

Aí, caros Leitores, Quinquinha, rodeado de fregueses e amigos que ouviam nossa conversa em sua sapataria, contou-nos sobre sua vida profissional.

Em 17 de novembro de 1934, com 9 anos de idade, começou a trabalhar como ajudante e aprendiz de sapateiro, no Curtume Sica, do saudoso senhor Paulino Abdala, juntamente com o José Mota, antigo funcionário da Goiás. No Curtume existia uma fábrica de calçados.

Posteriormente, saiu do Curtume em 1939 e veio com o seu amigo, Elias Isaac, um sírio-libanez, para a rua João Peixoto, nº 37, onde foi um sacolão. Permaneceu como aprendiz até 1942 (ano em que nascemos) com o Itajiba Rosa, grande profissional que o aperfeiçoou na profissão.

Narrando sua história, Quinquinha continuou: surgiu na minha vida, o João Monteiro, tio do Oswando dos Santos Monteiro, que me passou para “sapateiro” e juntos fomos para a Av. Joaquim Aníbal, defronte o boteco de frutas e verduras da dona Deoclésia (hoje padaria), no prédio onde funcionou uma pasteurização de leite do Skaf, sendo o prédio atualmente do senhor Garibalde Carpaneda.

Sempre crescendo, montaram então a sapataria na rua Municipal, posteriormente rua Goiás e atual Cel. José Ferreira Alves. A oficina era na esquina com a Bias Fortes, onde funcionou por longo tempo os escritórios do senhor Genésio de Moura. Depois foi bar, clínica veterinária e várias finalidades.

Em 1945, João Monteiro em sociedade com Antônio Alves, montaram a fábrica de calçados “Minas Goiás”, lá na rua João Peixoto, antigo local onde iniciou como aprendiz. Lá foi o Quinquinha como Encarregado das Oficinas da Fábrica, sendo o senhor Eurides Silva (lembram-se dele ?). Gratas recordações de uma bela Araguari.O senhor Benedito Coutinho, em 1948, convidou o Quinquinha para vir trabalhar em sua sapataria, início da rua Dr. Afrânio, esquina da Praça da Matriz, defronte ao Bar do Adelino, hoje, Bar São João. Quinquinha aceitou e dirigiu a sapataria de 1948 a 1964.

Em 17 de novembro de 1964, nosso amigo tornou-se independente, montando sua pequena e eficiente sapataria na rua Jaime Gomes, nº 314, defronte as antigas oficinas Ford, do tempo do França e Cia., com o Joel, Arsênio Comparini, Marcondes Ungarelli e outros, entre as ruas Rodolfo Paixão e Afonso Pena. Prédio este onde funcionou vários estabelecimentos, hoje se encontra vago. Neste local, Quinquinha se encontra até hoje, sempre alegre, rodeado de amigos, fregueses, e de quem gosta de ouvir coisas e fatos do passado.

Em 8 de março deste ano, Quinquinha completou 83 anos de idade, sendo dos mesmos, 70 trabalhando ininterruptamente. Como “pipoqueiro” 22 anos paralelos, proporcionando além de sua casa própria, alegria e diversão aos araguarinos. Como sapateiro, criando sua família que só lhe trouxe alegrias. Permaneceu casado com a saudosa senhora Maria Alves de Freitas Oliveira, nada mais, nada menos que 51 anos. Se refere a ela com alegria e os olhos merejados de lágrimas. Uma união concretizada em 27 e julho de 1946. O desenlace se deu em 05 de setembro de 1997, quando Deus a chamou.

Deste casamento adviram 4 filhos: Vera Lúcia, Wagner, Lúcia e Lucimar. Os filhos proporcionaram a eles até o momento 7 netos e 2 bisnetos.

Assim caros Leitores, narramos um pouco sobre a vida de “Quinquinha”, “Joaquim de Oliveira”. Homem simples, trabalhador, honesto, humilde, amigo leal, excelente e honrado profissional.
Quando íamos saindo de sua sapataria após encontro tão saudável, Quinquinha nos disse: Peron, joguei muito futebol, tanto na primeira como na segunda divisão.
Joguei com Karim Daher, Pacu, Pacuzinho, Michel Rade, José Daher, Lizote, Luizinho, Tim Marques e outros. Joguei no Araguari e no Mangueira (Alto da Floresta, hoje Praça Tereza França de Lima).
Fui campeão no Carnaval de 41 como baliza do bloco “Ás de Ouro”. O campeão mesmo foi o bloco “Bando da Lua”, do Antônio Bento. O Antônio Da Nina (e dele, vocês se lembram ? Fiscalizava o Rex e era da Delegacia) tinha o “Bloco do Amor”.

Assustados dissemos: Quinquinha, nós nem éramos nascidos !!!

Era o que tínhamos.
Que Deus nos abençoe.
Um abraço.

quinta-feira, maio 15, 2008

FEB - Comentários 2

Agradecemos ao Walter Ramos as informações enviadas sobre a FEB e os elogíos a nossa pessoa e ao nosso blog, tudo isso enriquece nosso conteúdo.

"Boa Noite Ir.'. Peron!
Não conheço o Sr pessoalmente mas tenho lido e relido tudo que o Sr tem escrito! Estou tentando, se o Sr. já não fêz ou alguém tenha feito, enviar aquela história do Tiro-de-Guerra de Araguari para o Centro de Comunicação Social do Exército. Queria pedir sua permissão para fazê-lo. Fui Comandante do Tiro-de-Guerra de Uberaba e sei da importância de um Tiro-de-Guerra. Gostei muito do conteúdo e do modo saudoso e carinhoso com que escreveu aquele documentário ímpar. Outro assunto que chamou-me a atenção foi a matéria sobre os ex-combatentes veteranos da FEB. Se o Sr. quiser, sou genro do Sr Inacio Ventura de Souza e tenho alguma coisa dele que possa acrescentar na matéria. (Lá ta escrito que sabe-se pouco sobre ele e no entando viveu em Araguari por mais de quarenta anos. A filha dele tem as medalhas, quadros e alguma coisa sobre a vida dele pode ser contada. Ele foi carteiro em Araguari. De qualquer forma tomo a liberdade de mandar esse E-Mail para o Sr apenas para dizer que adoro tudo que o Sr. escrevre, leio sempre e para parabenizá-lo pelo resgate da história. Uma história real contada sem paixões, mas sem deixar de lado uma verdadeira admiração pelos nossos valorosos personagens históricos.
Um Triplice Fraternal Abraço!
Walter Ramos França "

Café Jurídico


Palavras de amizade

Agradecemos a atenção das palavras enviadas pela amiga Marilia:

"Caro amigo,

achei delicioso ver o nome do papai ( Ranulpho Cunha) inscrito entre os fregueses da barbearia do Júlio, assim como fiquei olhando demoradamente os nomes do pessoal do Tiro de Guerra... Lembrei-me de muitos. Que maravilha ter alguém como você que nos remete a um passado, que não está tão longe assim, que faz parte de nossa vida real , que a gente mesmo pensa desconhecer... até relembrar tudo nos seus escritos.

Obrigada, Peron, por guardar de maneira tão gostosa, a nossa memória.

Um abraço carinhoso.

Marilia"

segunda-feira, maio 12, 2008

FEB - Comentários

Publicamos fragmentos de mensagens recebidas de familiares do amigo Patesco e agradecemos a distinção das palavras:

"Peron, nem precisamos falar sobre a admiração que temos pelo seu trabalho.
A matéria ficou excelente. Resgatar "história", principalmente, de um "heroi" que foi e, continua sendo o popular Patesco, é muito gratificante. Mais gratificante e orgulhoso é saber que esse homem é o papai.
Patesco é um homem com 85 anos de idade, passa por um tratamento de hemodiálise 3 vezes na semana e, ainda tem força, lucidez e prazer em receber amigos antigos - "Velha Guarda", iniciantes na política para aconselhar e trocar idéias, políticos já feitos para elaborar estratégias de trabalho e, também, de campanha."
Sândra Patesco

"Foi muito bom saber isso...afinal, homens valorosos que ajudaram o Brasil em hora tão terrível ser patriarca da família que pertencemos, nos enche de orgulho. A história de nosso chefe de família, componente da VIII regimento da infantaria, político por mais de 30 anos, é uma história a ser seguida... E o melhor ainda, é saber que ele ainda está entre nós, lúcido, passando experiência de vida, e sabendo orientar sobre o pensamento político atual ate os dias de hoje!Parabéns para nosso pai/sogro/avô!!"

Joana Darc, Genival, Érica, Sylvia e Roger

sábado, maio 10, 2008

Força Expedicionária Brasileira - FEB

Caros Leitores.

Dias atrás, tivemos a oportunidade de recebermos em nossa casa, as presenças do Capitão Oliveira, Herói da 2ª Guerra Mundial, sua esposa Catharina e seu filho Cel. PM. Jackson de Oliveira.

Foi muito agradável, principalmente pelo fato de se tratar de uma amizade feita através de nossa coluna jornalística “Ponto de Vista”.

Dentro em breve, é nossa intenção, retribuirmos tão honrosa e significativa visita.

A vinda do Capitão Oliveira em nossa cidade trouxe-nos outra surpresa, e, por sinal muitíssimo agradável.

Lendo nossa matéria a respeito da visita, Sandra Elizabeth Sobrinho, filha do nosso particular e grande amigo, consultor político, ex-professor de Educação Física em tempos idos, Jofre Alves Martins, O conhecidíssimo e popular Patesco. Sua filha também conhecida nos meios sociais, estudantis, comerciais de nossa Araguari, como Sandra Patesco, dada a popularidade e carinho que a população dedica à família.

Mas Sandra nos procurou via e-mail, enviando-nos uma homenagem prestada pelo Patrimônio Histórico de Araguari, através de seu setor denominado Arquivo Público, aos Ex-Combatentes da 2ª Guerra Mundial, residentes em Araguari, e que para aqui vieram no pós guerra para fixar residência e continuar a vida que lhes foi poupada em combate.


Todo e qualquer material constante deste relato que faremos, encontra-se à disposição no Arquivo Público, sob a coordenação de Juscélia e Aparecida, que não medem esforços para orientar quem as procuram.

Mas vamos lá, vamos discorrer a respeito destes heróis que conviveram e convivem conosco no decorrer dos anos que se seguiram após a guerra.


Cabo Daltro Lima Pereira (in memorian).
Cabo Apontador
Regimento Sampaio
Rio de Janeiro. Veio constituir família em Araguari, casando-se com a senhora Nanci Bretones. Seus filhos ocupam lugares de destaque na comunidade araguarina. Daltro foi em vida, nosso particular amigo e irmão Maçom. Éramos jovens, e ele com sua experiência nos orientou bastante tanto na vida comum, como na vida Maçônica. Desfrutou do carinho e reconhecimento do povo araguarino. Saudades. ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

Inácio Ventura de Souza
Soldado

Não possuímos maiores detalhes a respeito de sua vida.

Consta que todos os Ex-Combatentes foram designados para cargos de órgãos do Governo Federal. ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
José Olímpio Emídio
Soldado
VI Regimento de Infantaria (São João Del Rey MG).
Sem maiores detalhes de sua vida em Araguari.



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Luiz Cocato
2° Sargento
VI Grupo de Artilharia de Dorso. Quitaúna-SP.
Sem maiores detalhes a respeito. --------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
Samuel Amaro de Oliveira
2° Sargento
VI Regimento de Infantaria – Caçapava-SP.
Após guerra, passou a residir em Araguari, onde constituiu família. Casou-se com a senhora Maria Sícari, de onde vieram os filhos. Todos de destaque na sociedade Araguarina. Maçom de nascimento e de filiação, nosso Irmão de Loja, Loja Maçônica União Araguarina. Faleceu recentemente. Quando em vida, em um Concurso Literário promovido pela União Araguarina, sob nossa coordenação, foi homenageado pelos então alunos da FAFI – Faculdade de Filosofia Ciência e Letras de Araguari, hoje UNIPAC, com a edição de um livro sobre a Guerra, intitulado: 2ª Grande Guerra – Causas e Conseqüências. Deixou saudades. --------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
Vinício Zamboni
Cabo
XI Regimento de Infantaria de São João Del Rey-MG. Vinício vem a ser irmão de Roberto e Petrônio Zamboni. Ambos residentes em Araguari. Também para cá veio, enriquecer nossa cidade e constituir família. -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

Wilson Bretones
3° Sargento
XI Regimento de Infantaria de São João Del Rey-MG. Membro da família Bretones, que por longos e longos anos trabalharam no ramo hoteleiro, sendo os proprietários do famoso Hotel Bretones, hoje não mais existente.
Apenas o prédio que fica nas esquinas das ruas Afonso Pena com Rio Branco. Centro da cidade. Também homem Maçom, pertencente à Loja Maçônica União Araguarina. Hoje residente em Goiânia-GO. Estimadíssimo em ambas as cidades e pelos locais que passou------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

Roselys Teixeira Gazzinelli
Enfermeira da Cruz Vermelha
Não possuímos mais subsídios a seu respeito. ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

Emanoel Miranda
Soldado
XIII Regimento de Artilharia Montada.
Pouso Alegre-MG.
Sem maiores dados a seu respeito. --------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

Geraldo de Melo – (in memorian)
Marinheiro
Veio se instalar também em Araguari.
Não possuímos maiores detalhes a seu respeito. ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

João Pacheco de Araújo
Soldado.
VI Batalhão de Caçadores.
Não possuímos maiores detalhes a seu respeito. --------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------


Jofre Alves Martins
VIII Regimento de Infantaria.
Apresentou-se para servir a Pátria em Pouso Alegre-MG, para Araguari veio também no pós guerra. Constituiu família, uma grande, estimada e trabalhadora prole de ambos os sexos que lutam por uma Araguari melhor.
Seguem os passos de seus pais. Temos a honra e o orgulho de dizer que desfrutamos da amizade e do carinho da família. Como dissemos, Patesco foi nosso professor de Educação Física no extinto Colégio Regina Pácis, hoje dependências da UNIPAC. Nosso mestre em política, pois foi Vereador por mais de 30 anos, desde o tempo que não havia remuneração para o cargo. Foi Presidente da Câmara por vários mandatos. Homem de caráter exemplar, excelente chefe de família, trabalhador que foi, hoje desfruta da aposentadoria, sendo idealizador do Grupo Velha Guarda, que reúne antigos políticos para traçarem planos, relembrar o passado de glórias, servirem-se de lautos lanches e desfrutarem das amizades uma vez por semana. Já estivemos presentes, convidados que fomos a participar das reuniões. Vale a pena desfrutar de tão puras e sinceras amizades. Patesco também foi instrutor do TG 57 junto com o Ten. Expedito Ferreira dos Santos.

E assim, caros Leitores, chegamos ao fim deste relato significativo e que deve ser do conhecimento dos araguarinos, pois as pessoas aqui declinadas, tiveram a oportunidade de defenderem nosso imenso território, nossa Pátria, Brasil.
Buscamos infomações sobre todos aqui lembrados, entretanto de alguns nos faltaram referências, assim solicitamos aos leitores que caso possuam informações que possamos agregar a essa matéria favor nos enviar, pois estes heróis merecem ser reconhecidos.

Administrações passadas, souberam homenagear e perpetuar as pessoas dos Ex-Combatentes da Força Expedicionária Brasileira, denominando a rua que parte da Av. Minas Gerais, vem em direção à Matriz, terminando na Praça José Rodrigues Alves, com o nome de Rua dos Expedicionários. Interessante coincidência, nela moramos quando casamos em 1968, e lá nasceram nossos filhos Julio e Fernando. Ficamos felizes com isto.



Mais duas homenagens surgiram posteriormente, a denominação de Praça dos Expedicionários, a que existe no final da rua José Carrijo, onde se encontra com a Rua dos Expedicionários e nela estar erigido o Monumento em homenagem aos Ex-Combatentes da FEB – Força Expedicionária Brasileira.





Era o que tínhamos.
Que Deus nos abençoe.
Um abraço.

Antônio Fernando Peron Erbetta

Fotos: Patrimônio histórico de Araguari - Arquivo público
Ilustrações:http://www.rudnei.cunha.nom.br/FEB/
Vídeo: http://www.youtube.com/watch?v=29kVSiNrvRc

sábado, maio 03, 2008

Profissões - Júlio Lourenço de Souza

Caros Leitores.

Vamos hoje, narrar a vida de um profissional, profissional liberal, cuja profissão está se encerrando aos poucos, no decorrer dos anos, lentamente, porém está se encerrando.

Trata-se da profissão de “Barbeiro”.

Na realidade, são poucos os salões de “Barbeiros” que encontramos pela cidade. A nova geração está encontrando os “Cabeleireiros”, que gradativamente ocupam o espaço usado pelos “Barbeiros” no decorrer destes longos e longos anos que o tempo levou em sua algibeira. Com eles histórias fantásticas que ainda ouvimos quando de um corte de cabelo em seus simples, mas asseados “salões”, onde com suas hábeis mãos, dominam uma tesoura ou uma navalha, fazendo-nos o cabelo ou a barba.

Falaremos hoje do homem que tem seu nome estampado no titulo de nosso Ponto de Vista.

Júlio Lourenço de Souza.


Nasceu em 1934, em 14 de outubro, aqui mesmo em Araguari. Irá completar este ano, 74 anos de vida.

Filho adotivo de Otávio Fernandes, pois perdeu o seu genitor quando tinha somente dois meses de vida, herdando dele o nome, honrando e dignificando por toda sua existência. Sua mãe, Maria Sebastiana dos Santos.

Com 14 anos de idade, iniciou-se na profissão como aprendiz, juntamente com o quem o criou, com seus 3 irmãos: Joaquim Quintino Fernandes, Idelmino Fernandes (Tisouri) e Geraldo Fernandes. Isto em 1948, na antiga rua Esperança, hoje Cel. Pólvora, ao lado do Armazém do Cláudio Arantes, irmão do saudoso Biloca.

Seus mestres foram, seu pai Otávio, que o criou, e, o irmão Joaquim.

Em 1950, já com 16 anos e profissional no ofício, veio para a rua Rio Branco, esquina com a rua Afonso Pena, no porão da casa do Sadala Calil Daher. Lá trabalhou com o famoso Beijinho, Benjamim Corrêa da Silva, até 1964. Foram 14 anos de labor.

Formou sua freguesia, homens de negócios de nossa terra. Crianças e jovens também acorriam a ele para um corte de cabelo perfeito.

Em 1964, juntamente com Joaquim Chaves, Sílvio Matos Camões, Vicente Firmino da Costa e Nelson Marques, montaram o que tornou-se famoso com o tempo, “Salão Marabá”, na rua Rio Branco, em um dos cômodos do prédio recém construído pelo senhor Marinho Bittencourt, sob o Escritório de Advocacia dos Drs. Eduardo Brasileiro e Calil Canut, ambos seus fregueses, na época, logo ao lado do Cartório do Fabinho Bittencourt.

Os anos passaram, atividades incessantes, freguesia formada e sempre aumentando, famílias se constituindo.

Tudo tem seu fim, e este fim chegou para o Salão Marabá.

Alguns dos componentes, por motivos vários, aposentadorias, mudanças, outras atividades, deixaram a sociedade, fazendo com que o salão encerrasse suas atividades.

Nosso protagonista não desistiu. Tinha família para tratar e uma vida pela frente.

Passou a mão em uma pasta, colocou nela todos os apetrechos necessários para o exercício da profissão, e, durante dois anos trabalhou atendendo sua freguesia de porta em porta. Passou a atender a domicílio. Isto veio a aumentar-lhe o número de clientes, uma vez o conforto do atendimento caseiro. Tanto por necessidade dos mesmos, doentes que se encontravam ou com o excesso de afazeres que lhes impediam a ida até um salão.

Estas andanças pela cidade trouxe-lhe o cansaço. Eram clientes nos diversos pontos da cidade. A pé ou de bicicleta, Júlio, conhecido também como Julinho Barbeiro, resolveu novamente se estabelecer.

Em 1982, abriu um novo salão, no prédio do senhor Hamilton Rocha, na rua Virgilio de Melo Franco, esquina com a Cel. José Ferreira Alves. Permaneceu no local até 1990. Foram mais 8 anos de trabalho em sua carreira. Lá atendeu amigos e clientes inesquecíveis.

Em 1990, resolveu transformar a garagem de sua residência, na rua Ângelo Lasafá, n° 74, em salão de barbeiro. Para isto, fez todas as modificações necessárias, passando a atender em um amplo salão, dotado de equipamentos modernos.

Os clientes, fregueses, fiéis clientes e fregueses, não o deixaram nunca. Passaram a freqüentar o novo salão assiduamente, proporcionando ao Júlio, dias melhores e maior conforto para ele no dia a dia. Foi um descanso atender em sua própria casa.

Em 2000, resolveu tomar novos rumos, Mudou-se para a rua Afonso Pena, n°267, onde permaneceu por 3 anos. Achando o cômodo acanhado para a freguesia fiel, resolveu mudar-se para a esquina com a rua Jaime Gomes, no n° 319 da Afonso Pena, onde encontra-se até hoje no batente diário.


São 60 anos de profissão. São 60 anos de lutas pela vida. São 60 anos que no decorrer dos mesmos, criou e encaminhou na vida seus 6 filhos, Júlio César de Souza, funcionário público em Uberlândia, pais de 6 filhos; Reginaldo de Souza, comerciante em Araguari, 2 filhos; Rosângela Aparecida de Souza, bancária, casada, 2 filhas; Juscelino de Souza, taxista, casado, 2 filhos; Nei Robson de Souza, comerciário, casado, 1 filho e Neiton de Souza, casado, uma filha, residente em Porto do Paranaguá-PR.

É casado com a senhora Terezinha Rosa de Souza, há 52 anos. Avós de 14 netos. Uma grande família, fruto do trabalho honesto, de uma profissão que se encontra em extinção.

Júlio, gosta de ser chamado de “Barbeiro”, pois trabalha com a máquina de cortar cabelos, com a tesoura, o pente, a navalha, cobrindo o cliente com a tradicional toalha para o famoso corte de cabelos.

Em sua cadeira tradicional, recostável, reclinável para a barba, com cadeirinha para crianças, Júlio Barbeiro tem uma legião de fregueses, fiéis e mensais. Nós inclusive somos um deles. Há mais de 32 anos nos sentamos na cadeira, cortamos o cabelo e ouvimos suas histórias de Araguari que viveu em diversas ocasiões.

Gente famosa, gente simples, passaram e passam pelas suas mãos habilidosas. Dos Estados Unidos, Dr. Luiz Pereira de Melo, filho senhor João de Melo, sempre que aqui vem, procura pelo Júlio para o corte tradicional. O Cel. Belizário Rodrigues da Cunha foi seu freguês. Dr. José Jehovah Santos também. Cel. Theodolino Pereira de Araújo sempre lá estava. Theodoreto Veloso de Carvalho, Vilazito Gonçalves, Firmato Nogueira, Paulo Nogueira Cruvinel, Genu Nogueira, Ovídio Nogueira, Hamilton Rocha, Milton Lemos da Silva, Guaracy Faleiros Machado, Nelson Merola, Fernando Merola, Gerson Silva, Jaime Silva, Marinho Bittencourt, Dr. Ranulfo Cunha, Celso Batista dos Santos (do radiador), Carlos Alberto Nunes, Anselmo Duarte, Francisco Egídio, José Ferreira de Melo, David Abdala, Chiugo Alaó, Hermínio Carraro Willian Rady, que vem de São Paulo para o corte tradicional, e uma legião de cidadãos araguarinos que ao salão acorrem mensalmente ou duas a três vezes por semana para uma barba, fazem a tradição e sobrevivência deste fantástico homem que hoje destacamos em nosso Ponto de Vista, valorizando e distinguindo sua profissão, profissão que honrou, honra e que lhe proporcionou a sobrevivência, assim como de todos os seus familiares.

Dentre os clientes, fregueses que citamos, muitos são de saudosas memórias. Outros se encontram entre nós. São testemunhas da vida honesta de nosso homenageado.

Distinto e honrado, Júlio Lourenço de Souza.

Era o que tínhamos.
Que Deus nos abençoe.
Um abraço.

Peculiaridades sobre os cabelos:
Sob o couro cabeludo, que tem cerca de 400 cm2, nascem e crescem de 80.000 a 120.000 fios de cabelo. Em 30 dias, o fio cresce de 1 a 1,5cm e seu diâmetro varia de 0,03 a 0,15 milésimo de milímetro.

Na Grécia antiga, as imagens utópicas das divindades mitológicas assumiam um ideal de beleza e perfeição corporal. Essa preocupação estética levou à necessidade de um espaço exclusivo e adequado para o tratamento de beleza, incluindo o capilar. Assim, surgiram os primeiros salões de beleza e a profissão de barbeiro, exclusiva do sexo masculino. Já nessa época, os barbeiros completavam os penteados com falsos cabelos. Os calvos, usavam cabelos artificiais e cabeleiras (perucas).

Os homens pertencentes à nobreza e os guerreiros, apresentavam cabelos compridos, sustentados por faixas, correntes ou condecorações. Os adolescentes copiavam os penteados de Apolo e Arquimedes, enquanto os velhos e filósofos usavam cabelos longos e barbas densas, como símbolo de sabedoria. As barbas e bigodes eram cortados com ponta de lança, à imagem de uma sociedade de gladiadores.

Os escravos, que não se distinguiam dos homens livres, apresentavam cabelos curtos e lisos, não se permitindo barbas nem bigodes. Nas antigas culturas, quem pegasse na barba ou cabelo de uma pessoa, era severamente punido, pois significava um atentado à honra e uma intromissão em sua psique. Assim, a profissão de barbeiro foi associada à manutenção da saúde física do indivíduo.

Os salões dos barbeiros ofereciam também banho quente, sauna e massagem, cortavam unhas dos pés e das mãos e também respondiam pela saúde do indivíduo, entretanto, esses os serviços eram pagos pelo público. A sangria era um lucrativo setor desse ofício. Nos séculos XVI e XVII, os barbeiros foram acusados de praticar a sangria despudoradamente.

Só no século XIX, o oficio de médico e de cirurgião dentista foi separado da profissão de barbeiro, porém, alguns continuaram a atuar como dentista até bem pouco tempo. No século XX, surge a figura feminina nos salões de barbeiros, tanto no exercício da profissão quanto na clientela. Os salões tornaram-se unissex e parece que essa tendência veio para ficar por muito tempo.
Fotos: arquivo pessoal

sexta-feira, maio 02, 2008

Formandas 1958

Caros Leitores.

Tivemos a grata satisfação de receber este e-mail de Teresa Cristina, e podermos ver a garra, a luta, a disposição para o trabalho que estas "recem formandas" do Colégio Sagrado Coração de Jesus em Araguari. São apenas 50 anos de trabalho, como dissemos de lutas, de ensinamentos a gerações várias da época da formatura para cá.

Ficamos lisonjeados em sermos distinguidos para a divulgação de tão significativo acontecimento.
Fazemos a divulgação do mesmo, com emoção, e ao mesmo tempo, com a satisfação de vermos que nosso Ponto de Vista é visitado por pessoas deste nosso imenso Brasil e por brasileiros que se encontram fora dele, assim como os estrangeiros que nos dão o incentivo de continuarmos dentro de nossa especialidade jornalistica, divulgarmos nossa história.

A história de nossa Araguari.

Nossa vivência nesta terra querida de 1950 até os dias atuais.

É muito bonito ver que vocês, caras formandas, como disseram subiram a montanha, arrancaram pedras e estão colhendo as flores, para celebrar esta amizade pura e duradoura.
Nossos cumprimentos a cada uma de vocês, corpo docente e discente.

Parabéns por tão lindo encontro que irão realizar.

Continuem sendo felizes e enfrentado as adversidades da vida.

Abraços a todos, juntamente com seus familiares.

Era o que tínhamos.
Que Deus nos abençoe.
Um abraço.

Segundo Encontro de ex-alunas após 50 anos no Colégio Sagrado Coração de Jesus em Araguari

As ex-alunas do Colégio Sagrado Coração de Jesus, promovem entre os dias 2 a 4 de maio, em Araguari, Minas Gerais, seu segundo encontro.

O primeiro reencontro aconteceu em 1997, onde reuniram na época, aproximadamente, entre mestres e alunos 35 pessoas. Como no primeiro encontro, existe uma verdadeira força-tarefa para localizar as ex-colegas e organizar o encontro.

Graças ao esforço de algumas alunas como Dorcelina dos Santos, Fuensanta Torres Nasciutti, Leila Bonini Keocheguerians, Marly Teresa Paiva Montes e Teresa Pierre Bouchard foi possível criar em 97 um cadastro dessas ex-estudantes.

Foi um trabalho árduo, pois quando as mulheres casam, mudam o sobrenome, mas isso não desanimou a equipe de localização. "A intenção desse segundo encontro, é comemorarmos o Jubileu de Ouro de nossa formatura nos cursos Normal e de Contabilidade."

Comenta Marly Montes. "O tema escolhido para o encontro foi o "girassol" por esse ser uma flor "raçuda ", que enfrenta as intempéries e mesmo quando não há sol, o acompanha; assim como nós em nossa trajetória, tivemos e temos os olhos fitos em Deus que é nossa luz.

Somos um grupo de mulheres fortes que muitas vezes subimos a montanha arrancando pedras e colhendo flores, mas aqui estamos, para celebrar essa amizade" conclui a mesma.

O reencontro já tem 26 confirmações, e as organizadoras tem preparado com muito carinho, momentos de saudade, de fé e de muita emoção, pois o Colégio fez parte de suas vidas e elas fazem parte dessa história.

Secretaria de Gestão Estratégica e ComunicaçãoDiretoria de Publicidade e Propaganda

Uberlândia - MG

Teresa Cristina

(34) 3213-3162 ou 9966-2814

Palavras do Cap. Oliveira

"Ao Prezado amigo Peron,
Agradeço imensamente a publicação em seu blogs de 26/04/2008, da reportagem de nossa visita a Araquari e ao seu distinto lar.
Nossos votos pela sua total recuperação de sua saúde.
Continuo orando ao pai celestial pelo grande amigo e familia.
Abraços,

Cap. Oliveira/Catharina e Cel. Jackson"