sábado, dezembro 15, 2007

BOAS FESTAS

Caros Leitores.


Estamos encerrando o ano de 2007.
As festas comemorativas de seu término estão chegando.

Nós, do “Ponto de Vista”, coluna prestigiada pelos senhores e senhoras, pelos jovens estudantes para pesquisas, enfim, pelas pessoas que gostam de uma leitura sobre coisas e fatos de nossa Araguari, de nossa vida cotidiana, de nossa história, de nossa vivência e de política.

Só temos a agradecer pelo prestígio com que nos distinguiram e distinguem, esperando para o ano de 2008, as mesmas visitas, as mesmas pesquisas, e os comentários que nos ajudam a continuarmos empenhados em narrarmos o que for de interesse de todos.

Assim sendo, no apagar das luzes deste ano que nos reservou coisas e fatos, de alegrias e tristezas, surpresas e decepções, saúde e doenças, vitórias e derrotas, o vemos expirar, dando lugar a um novo e esperançoso ano, ano em que com as bênçãos do Criador, as vitórias serão maiores, as alegrias imensas esperadas chegarão e a saúde irá superar sempre as doenças que nos abalam, afligem, e destroem o ser humano.

Para nós, vítimas que fomos de um câncer, lutamos e o estamos vencendo com as bênçãos de Deus, enxergamos um mundo maravilhoso pela frente. Tudo é mais belo. Tudo tem um significado construtivo. Tudo nos leva a crer em um mundo melhor.

Não poderíamos encerrar 2007, sem nos manifestarmos com vocês caros Leitores, e, para isto estamos traçando estas linhas, com a finalidade única de agradecer-lhes por tudo que fizeram por nós.
Fizeram e fazem em todos os momentos da vida.

Desejamos a cada um em particular, aos familiares de quem nos acompanha, um Feliz Natal.
Que ele seja cheio de alegria, saúde, paz, harmonia, e que o Supremo Criador dos Mundos, cubra de bênçãos seus lares, dando-lhes tudo aquilo que almejam e esperam.

Aos meus familiares, a nossa esposa Terezinha, aos nossos filhos Julio Neto e Fernando, a nossas noras Cynthia e Kelly, e a nossa netinha Gabriela, agradecemos por tudo que fizeram e fazem por nós, suplicando a Deus, que retribua tanta bondade, solidariedade, carinho e amor a nós dedicados, com realizações pessoais e junto aos familiares, frutos de suas uniões.

Desejamos também que 2008 chegue cheio de paz, com fartura, com amor, com alegria e muita, mas muita saúde mesmo.

Muito obrigado caros Leitores. Que Deus os abençoe.

Obrigado a tudo e a todos pelo que recebemos.
Boas Festas!
Era o que tínhamos.
Que Deus nos abençoe.
Um abraço.

sábado, dezembro 08, 2007

AMANHECE

Caros Leitores.

O título do Ponto de Vista de hoje, leva-os crer que iremos falar a respeito da beleza do amanhecer em um dia ensolarado, dos problemas a serem enfrentados nas cidades no amanhecer de um dia chuvoso, na alegria do agricultor pela chuva em suas lavouras e outras tantas belezas de uma aurora marcando um novo dia. Ledo engano.

Iremos aqui falar sobre o nosso famoso e querido “Distrito de Amanhece”, localizado a 18 quilômetros de sua sede, Araguari.

Segundo a divisão administrativa de 1911, o Município era formado pelos distritos de Araguari,Santana do Rio das Velhas e Santa Rita de Barreiros, depois Piracaíba. Em 1923, figurava mais um distrito, o de Amanhece, criado pela Lei n.° 843, com territóriodesmembrado do de Araguari.

Por força do Decreto lei estadual n° 148, de 17 de dezembro de 1938, perdeu o distrito de Indianópolis (ex-Santana do Rio das Velhas), que passou a constituir novo município. Assim, nos quinquênios de 1939-43 e 1944-48 subsistiam os distritos de Araguari, Amanhece e Piracaíba.

De acordo com o quadro referente ao período de 1949-53, divisão que perdura até a presente data acrescentou-se aqueles o distrito de Florestina. Recentemente criado também o distrito de Contenda - Santo Antônio.

Mais agora o assunto é Amanhece, no feriadão de 15 de novembro, nosso filho Julio, residente em Belo Horizonte, veio passá-lo conosco, matando saudades e ao mesmo tempo, procurando dar-nos apoio ao problema de saúde que estamos vivendo.


Em uma das tardes que desfrutávamos do encontro, Julio nos convidou para um passeio pela cidade e adjacências.

Lá fomos nós, passeando pelos bairros da cidade, admirando o desenvolvimento dos mesmos, pois Julio mudou-se daqui há mais de 15 anos, asfalto, belas construções, ruas movimentadas, enfim a sua bela cidade natal. Ainda era cedo para retornarmos para casa, e ele, no volante do carro disse: vamos até Amanhece, há longos anos não vou até lá. Tenho amigos e colegas de turma que lá moravam e hoje se encontram no exterior. Aí, fomos direto para “Amanhece”, motivo de nossa matéria.

Surpresa agradável ao lá chegarmos, pois tudo organizado e limpo, dava a impressão de um presépio, cada peça em seu lugar.
Mais que depressa, Julio pegou a máquina fotográfica e passou a fotografar tudo que lhe chamava a atenção, igreja, escola, antiga estação ferroviária e por aí a fora.


Ao pararmos na praça, vendo a igreja, dissemos a ele: Dr. Milton de Lima Filho foi batizado nesta igreja. A torre da mesma, foi construída por ele, após mandar localizar a planta de origem para que tudo fosse feito de acordo com o planejado. E assim o foi.

Lembramos e comentamos também dos velhos tempos, quando ainda crianças éramos, íamos de bicicleta passear com a turma de moleques, vizinhos de rua até o distrito. Lá descansávamos, tomávamos refrigerante no bar da esquina e voltávamos felizes da aventura vivida.

Lembramos também do tempo da Prada. Ela mantinha lá seu escritório com um eletricista plantão. Lembramos de lá trabalharem, José Dela Noce Campos, José Pedro, Miguel Moreira Barbosa, Helíbio de Souza. Helíbio, sofreu uma queda de um poste quando realizava um serviço e fraturou as duas pernas. Ficou curado.

Várias lembranças foram vindas em nossa cabeça, quando resolvemos então, para não cometermos injustiças, consultar o Arquivo Público Municipal, para colhermos dados e comentarmos a respeito dos subsídios fornecidos pelo mesmo.

Assim o fizemos, ligamos para Juscélia e Aparecida, solicitamos o necessário e prontamente fomos atendidos. Elas fizeram um relatório tão completo e minucioso, que seria imprudência nossa alterarmos ou extrairmos dados daquilo que realizaram.

Assim sendo, resolvemos transcrevê-lo na íntegra, agradecendo a gentileza do atendimento ao nosso pedido, e, colocando vocês, caros Leitores, a par do que vem a ser o “Distrito de Amanhece”.
Eis o texto em sua íntegra, elaborado por Juscélia e Aparecida.
Distrito de Amanhece

Localização e Aspectos Geográficos :

Amanhece localiza-se ao norte do município de Araguari, na mesorregião do Triângulo e Alto Paranaíba e ao oeste do Estado de Minas Gerais. Segundo dados do ano de 2002, o Distrito possui 2.694 habitantes, sendo 1.598 eleitores.

Sua distância do Distrito sede é de aproximadamente 18 Km., e seu acesso é obtido por meio da rodovia MG 414. O relevo predominante é a chapada e suas altitudes variam de 840 a 950 metros com baixas declividades. Esse tipo de relevo privilegiou a agropecuária, um dos principais antropomorfizadores das paisagens do Distrito. Em toda sua extensão é possível apreciar as grandes e pequenas moniculturas cafeeiras e de soja.

Grande parte de sua vegetação típica, o cerrado, já foi devastada restando apenas resquícios em áreas de reserva legal e nos trechos de baixo curso dos córregos, onde o relevo é mais dissecado.

Na área de 34 Km² da bacia do córrego Amanhece, são registradas vertentes suaves com corredeiras em seu alto e médio curso. No baixo curso é possível identificar a presença de corredeiras e vertentes íngremes, o que contribui para reforçar a beleza cênica do local, composta de uma cachoeira. Além disso, a mata galeria está presente ao longo de todo o curso do córrego, mesmo nos trechos onde não se respeitou o limite de 30 metros determinado pela legislação ambiental.

O relevo e as transformações que ocorrem no córrego, influenciam a visão do lugar. Amanhece possui uma paisagem já bastante antropizada, porém não perdeu sua vitalidade, ao contrário, ela mescla a atividade rural, a tranqüilidade da vida no campo e o contato com a natureza através dos vales dos córregos e da espetacular vista da Serra do Bocaina.
O clima varia entre duas estações definidas, a seca e a chuvosa como em grande parte das localidades servidas pela vegetação do cerrado.

Sua História

A formação do povoado de Amanhece está interligado a história da cidade de Araguari. No distante ano de 1824, já não havia terras desabitadas nos arredores do antigo arraial do Brejo Alegre, que tornou-se cidade de Araguari no ano de 1888. As fazendas foram os primeiros redutos populacionais da localidade de Amanhece.

Entre o final do século XIX e início do XX, a instalação em Araguari do transporte férreo, primeiro com a Cia. Mogiana de Estrada de Ferro e posteriormente com a Estrada de Ferro Goyaz, oportunizou a intensificação do comércio regional, o que provocou ao município a migração e imigração, gerando motivação econômica e intensificação do povoamento na zona urbana e rural.

Nesse contexto emerge o povoado de Amanhece, a partir da doação de terras em 1911, por Diogo Veloso Naves. Nessa época havia estabelecido no local o Sr. José Marques e família, católico fervoroso, sua religiosidade motivou-o a trabalhar pelo erigimento de uma capela em devoção a Nossa Senhora Aparecida. Esse marco oportunizou num processo gradativo a ocupação territorial do arraial.
A dedicação de José, conhecido como “Zequinha”, o fez muito popular, sendo-lhe atribuído popularmente o feito de fundador de Amanhece.
A denominação Amanhece surgiu de um fato peculiar, segundo consta, os padres que serviam à Paróquia Matriz de Araguari, possuíam uma propriedade rural na região da Bocaina, assim deslocavam-se até o povoado para ministrar os sacramentos. Como saíam de madrugada e chegavam ao destino amanhecendo, surgiu daí a idéia do nome.

No ano de 1913, a Cia. Mogiana de Estrada de Ferro, objetivando dinamizar o serviço de transporte de mercadorias e passageiros, inaugurou uma pequena estação na localidade de Amanhece.

A edificação simples e reduzida da empresa férrea, foi de grande importância para o arraial, configurando-se em fator de atratividade e comodidade. O estabelecimento de diversas famílias no lugarejo, consistiu em franco desenvolvimento, oportunizando no ano de 1923, sua classificação como novo Distrito na divisão administrativa de Araguari, por intermédio da Lei 843 de 07 de setembro.

Os serviços básicos a população foram instalados gradativamente, chegando a energia elétrica no ano de 1946 (pela Cia. Prada de Eletricidade) e a agência da Empresa Brasileira de Correios em 1950.

Em 1980, a mudança do traçado da ferrovia desativou a antiga estação e finalizou os trabalhos com a retirada dos trilhos. O prédio, antes principal ponto de encontro, servindo ao trabalho e ao lazer da população, foi destinado à Polícia Militar e as reformas implementadas pela instituição, descaracterizaram em parte a arquitetura original.
Os anos passaram e a localidade permaneceu como Distrito de Araguari. Por várias décadas serviu de locação a diversas indústrias, o que sustentou, juntamente com a agricultura a economia do lugar.

Dados estatísticos gerais :
- Número de habitantes: 2.694 pessoas.
- Primeira escola: E.E. Artur Bernardes.
- Primeira Diretora: Nancy de Lourdes Carrijo.
- Primeiras famílias: Araújo, Peixoto, Carrijo.
- Igrejas: 01 católica e 05 evangélicas.
- Olarias: 04.
- 02 supermercados – SM Peg Pag Peixoto e SM Aneado.
- 01 moinho de calcário.
- 01 farmácia: Farmácia Alves Calixto.
- 01 quadra – ginásio coberto.
- 01 posto de gasolina.
- 02 escolas: 01 estadual e 01 municipal: CEM Realino Elias Carrijo.
- 01 restaurante caipira.
- 01 posto de saúde.
- 01 fábrica de tomate seco.
- 01 fábrica de Leite Italac.
- 02 alambiques: Morro da Mesa e Montanhesa.

Número de eleitores do Distrito e Sede: 78.690
Amanhece: 1.598.

(Este levantamento é de 2002 em virtude do IBGE ainda não ter concluído o censo em andamento).

Agradecemos os dados fornecidos pelo Patrimônio Histórico de Araguari, sendo o texto produzido pelo Arquivo Público Municipal Dr. Calil Porto em parceria com o Patrimônio Histórico de Araguari, em 04/12/07.

Historiadoras do Arquivo Público Municipal Dr. Calil Porto
- Juscélia Abadia Peixoto
- Aparecida da Glória Campos Vieira.
Chefe da Divisão de Patrimônio Histórico
- Janine Alarcão.

E assim caros Leitores, concluímos com a inestimável colaboração do Arquivo Público acima discriminado, nosso passeio no aconchegante Distrito de Amanhece.
As fotos são de nosso acervo.
Era o que tínhamos.
Que Deus nos abençoe.
Um abraço.

*Advogado – Pedagogo – Jornalista MTb – 08519 JP.

segunda-feira, dezembro 03, 2007

INCOMPREENSÍVEL

Vejam o que a maldade e inveja fazem com o ser humano.



Este carro 2007, zerinho, foi todo riscado com chave de fenda até na lata, provocando um estrago violento.

A reação do dono foi de revolta e de tristeza em saber que o mundo acolhe pessoas que se sentem bem em fazer o mal aos outros.

Descobrindo-se o autor, o mesmo pode sofrer conseqüências desagradáveis, uma vez ter provocado o ego do proprietário.

Este veículo é de um profissional da saúde, médico, que após seu plantão no hospital constatou o mal feito.

Não faças aos outros o que não querem que te façam.

Perguntamos: o que você faria se fosse com você e o autor da maldade fosse descoberto?

sábado, novembro 10, 2007

CÂNCER

Caros Leitores.

Retornando às atividades jornalísticas, após longo período de tratamento de saúde, estamos novamente em contato direto com vocês, enquanto no lapso de tempo ausente, nosso filho Julio, gerenciou o nosso blog, mantendo-os a par de nossa Araguari, com matérias antigas, já publicadas em jornais, porém saudosistas e alegres a respeito de nossa querida terra.

Em outubro de 2006, começamos a sentir um mal estar nas pernas, inquietas, cansadas e que não nos deixavam dormir.
Após várias consultas e exames, descobrimos que estávamos com a Síndrome das Pernas Inquietas. Provocada principalmente por falta de ferro no organismo.
Entramos em tratamento, porém, o mal continuou, e após mais exames, foi constatada uma úlcera em nosso estômago já operado há 32 anos atrás.
Veio então a biopse.

Notícia trágica, avassaladora, deprimente, como se fosse um tiro certeiro em nosso coração.
Foi constatado na biopse, um tumor maligno no que restou de nosso estômago.
Recebemos a notícia com calma, maturidade de uma vivência de 64 anos, tendo neste período, convivido com amigos que ficaram doentes, partiram para a eternidade, outros sobreviveram, e, agora estávamos nós, ali enfrentando o quadro doloroso e triste.

A conselho de nosso médico, fomos para um centro maior e de maiores recursos para o tratamento. Fomos para Goiânia. Lá temos um sobrinho médico, Dr. Sidney Ribeiro Resende, Gastro e Proctologista, que nos encaminhou para uma especialista, que por sinal vem a ser prima da família dos “Irmãos Naves”. Dra. Fátima Mrue, Oncologista e sua equipe.
Nosso filho Fernando, com nossa nora Kelly, nos levaram, a nós e nossa esposa Terezinha, para a capital goiana, no dia 1° de abril de 2007, quando nos internamos no dia 02 de abril, ou seja, dia seguinte. Hospital e Maternidade Jardim América.

Internados, passamos a receber alimentação para nutrição, uma vez estarmos completamente tomado por uma anemia profunda, em virtude de nosso estômago não aceitar mais alimentação, tomado pelo maligno tumor.
Afinal, no dia 14 de abril fomos operados.
Permanecemos no hospital por mais 13 dias, sendo liberado em 27 do mês corrente.

Fomos então para o apartamento de nosso filho Fernando e sua esposa Kelly, que em Goiânia residem.
De imediato começaram os tratamentos por Radioterapia e Quimioterapia. Foram 25 aplicações de Radio e 6 de Químio. Um longo e doloroso tratamento. Agressivo ao máximo, efeitos colaterais vários, sendo o paliativo do mesmo o atendimento feito pela equipe de médicos e enfermeiras altamente especializados para tal finalidade.

Foram mais três meses de tratamento intensivo.
Os caros Leitores devem estar se perguntando: que displicência a do Peron, está narrando tudo com uma naturalidade tremenda.
É como se não fosse com ele.
Ao contrário caros e diletos amigos.

Quando soubemos da notícia da doença ainda aqui em Araguari, foi como se caíssemos em um poço com o fundo cheio de água enlameada. Não enxergávamos nada, tudo embaçado. Não conseguíamos ver a luz, apenas reflexos que se apresentavam longe de nosso alcance.

Em momento algum nos revoltamos com Deus ou questionamos por que estávamos com câncer. Não olhamos o que passamos no passado, apenas na nossa mente o que estava acontecendo.
Então, lá no fundo do poço, procuramos na escuridão que nos envolvia, encontrarmos uma saída, uma forma de enfrentar com altivez, dignidade, coragem, tudo que viria pela frente.

Com as mãos, procurávamos nas paredes do poço, alguma forma de escalarmos da profundidade e virmos para fora, dar início à luta contra o mal que nos afligia.
Encontrávamos uma pedra e nos agarrávamos a ela com todas nossas forças. Mais acima uma moita de capim em que segurávamos em busca da vida. E assim viemos no decorrer dos dias galgando lá do fundo do poço, de suas entranhas para atingirmos a luz do dia que passamos a enxergar.

Cada pedra, cada moita de capim, cada buraco nas paredes do poço, era a presença de Deus, do Supremo, que neles simbolizava a força de nossa esposa Terezinha, de nossos filhos, Julio e Fernando, de nossas noras Cynthia e Kelly, e, de nossa netinha Gabriela, que mandava-nos o recado: vovô, quando o senhor melhorar, venha ficar uns tempos aqui em casa.

Deus também se fez e faz presente através dos amigos que nos apoiaram com incentivos e orações. Continuem conosco, dando-nos força através de grupos de orações, de todos os credos, através de parentes, enfim, através de pessoas que ficaram sabendo e passaram a nos ajudar.

Assim, chegamos onde estamos.
Superando o mal maior, vencendo uma luta desigual, porém estamos vencendo, porque Deus está conosco.
O tratamento não terminou. Estamos com alta médica, mas sabemos que quem passa por esta doença, necessita ser monitorado no decorrer dos tempos. Ela é cruel, lutar com ela é subir em um calvário que nos é destinado por Ele, mas se nos deu, é porque nossos ombros toleram o peso da cruz. Estamos carregando-a com humildade e na esperança de ainda podermos ser de utilidade para nossa família, nossos amigos, aqueles que nos são caros e para a humanidade.

Todos que passam por esta doença e não é vencido por ela, é porque recebeu dádivas divinas dentro dos desígnios do Criador. É pelo fato de ainda termos que cumprir alguma missão aqui na terra.

Assim caros Leitores, narramos a vocês um pouco do que nos aconteceu e vem acontecendo, por vários motivos, sendo inclusive pelo fato de em momento algum omitirmos o mal que nos atingiu. Ao contrário, divulgamos ao máximo e em detalhes o que nos acontecia e acontece, para receber de vocês, a energia positiva que necessitamos.

Agora, com a intenção de ajudarmos mais ainda, procuramos nos expressar através destas linhas, transmitindo ao mesmo tempo, um pouco de fé em Deus, para aqueles que estão com o mal. Para as famílias que tem um doente sofrendo, lutando para superar, reagindo para vencer.

Agradecemos a todos que nos ajudaram e estão ajudando. Somente Deus poderá recompensar a cada um pelo que recebemos. E Ele, em sua infinita sabedoria, saberá como fazê-lo.

Era o que tínhamos.
Que Deus nos abençoe.
Um abraço.




sábado, outubro 20, 2007

VALORES ARAGUARINOS

Caros Leitores,

A aproximadamente sete anos Araguari conta com uma instituição de ensino superior que propicia novas opções e oportunidades aos que aqui vivem. Hoje o estudante araguarino pode contar com cursos superiores de Medicina, Administração, Ciências Biológicas, Ciências Contábeis, Direito, Educação Física, Enfermagem, Letras, Matemática, Normal Superior, Nutrição, Pedagogia, Comunicação Social, Sistemas de Informação, Gestão de Agronegócios e Gestão Pública.
Assim, voltando alguns anos atrás nos deparamos com um Ponto de Vista publicado em abril do ano de 2002, que a partir de uma matéria do jornal Gazeta do Triângulo, fez uma narrativa lembrando instituições, fatos e pessoas que no passado passaram por onde hoje está a UNIPAC.

Com isso esse jornalista espera responder a pergunta: Por que temos tudo isso hoje?

. . . O jornal Gazeta do Triângulo, em sua edição de 27/04/02, nº 6465, em sua primeira página, trás em destaque, uma narrativa completa sobre os 36 anos de atividades da UNIPAC, sendo 30 anos como Fundação, e cinco anos como Universidade, estando há dois anos em Araguari, conjuntamente com a FUNEC. Narrativa minuciosa, profunda e que proporcionou a todos, conhecimentos gerais sobre a mesma.

Nós estávamos presentes ao evento. Estávamos presentes, por uma deferência especial de um convite pessoal. Não como jornalista. Não como colunista ou mesmo articulista. Estávamos presentes como ex membro da FUNEC, como Vice Presidente da mesma, gestão do Dr. Nílvio de Oliveira Batista, e também como Ex-presidente em exercício em afastamento do mesmo. Sem qualquer falsa modéstia, contamos isto, enaltecidos e honrados, pois vendo o acontecido, sentimo-nos realizados em termos ajudado no decorrer dos tempos Araguari possuir hoje uma Universidade.

Então, não iremos falar aqui sobre o evento em si, uma vez da brilhante narrativa do jornal e também para não ser repetitivo. Iremos falar, isto sim, daquilo que nos aconteceu durante tão significativo e marcante ato solene.

Marcando presença, estávamos lá, dentro da antiga capela do Regina Pácis, que no momento servia de palco para o acontecimento, tendo sido construído em seu interior, isolando do antigo prédio, o ambiente para as solenidades.

Ficou muito bonito.



Lá sentados, pudemos voltar

no tempo . . .

e no espaço . . .


no decorrer dos acontecimento.


Olhávamos as colunas da antiga capela, ostentando os doze apóstolos, magnificamente pintados a óleo pelos padres Oto e Pio, lá pela década de 50.

Onde era o altar principal, pudemos ver o simbolísmo da jornada dos padres dos Sagrados Corações de Jesus e Maria, demonstrando inclusive alunos do Regina, do Santa Terezinha, da Sociedade São Vicente de Paula, com suas freiras e pessoas atendidas por elas.

Tudo lindo, maravilhoso, levando-nos à determinação dos padres holandeses, em dotar Araguari de um patrimônio religioso e cultural, dado lá funcionarem os colégios com ensino primário, ginasial e colegial.
Era o monumental Regina Pácis. Fruto da garra dos "estrangeiros" que já enxergavam futuro em Araguari.
Hoje vemos em funcionamento no local, a UNIPAC.


Nossos respeitos a quem nos deixou tão rico e invejável patrimônio e que tantos empregos ofereceram em Araguari, sendo do simples servente, passando por pedreiros, arquitetos, engenheiros, e finalmente professores. Alunos até de capitais para cá vinham estudar.
Araguari era um centro educacional (está voltando a ser, pois nos estão descobrindo novamente).

Lembramo-nos também, de um grupo de homens, de ilustres cidadãos, que aprimorando seus conhecimentos e lutando para o grandeza de Araguari, formaram uma entidade, entidade esta denominada CEGO – Centro de Estudo Gerais e Oratória, formada por Neiton de Paiva Neves, José Brandão, João Vasconcelos Montes Jr. (saudosa memória), Márcio Marra de Rezende (saudosa memória), Teotônio Vieira de Rezende (saudosa memória), Guaracy Faleiros Machado, Bartolomeu Teixeira, Robledo Vieira de Rezende, Ronan Acacio Jacó, e vários outros homens ilustres, que em um movimento do qual fazia parte o saudoso médico e prefeito araguarino, Dr. Adalcindo de Amorim, aventaram a hipótese da fundação em Araguari, de uma faculdade, faculdade esta que iria atender as necessidades urgentes de ensino superior aos jovens araguarinos, considerando-se o desenvolvimento da cidade, a necessidade de profissionais do ensino com o número de escolas crescendo, e a grande dificuldade que foi e sempre será do deslocamento dos araguarinos para estudarem "fora", para posteriormente voltarem (se puderem) a terra natal para exercerem suas atividades.

Surgiu assim, a Faculdade de Ciências e Letras de Araguari, a FAFI, no governo do Senhor Miguel Domingos de Oliveira, década de 60, indo funcionar nas instalações do Grupo Escolar João Pedreiro, lá na avenida Dr. Canabrava, onde ficou até não comportar mais o número de alunos, fazendo-se necessária a sua ampliação.

No governo do Senhor Fausto Fernandes de Melo, deu-se a ampliação da faculdade, sendo então alugado das freiras belgas, do Colégio Sagrado Coração de Jesus, o prédio onde hoje funciona a Prefeitura Municipal de Araguari, além de aulas existentes também no prédio do colégio. Uma vez mais, as mãos de estrangeiros no progresso de Araguari.

Surgiu então a FUME, Fundação Municipal de Ensino, que mais tarde veio a se tornar FUNEC – Fundação Educacional e Cultural de Araguari, pois de Municipal ela nunca teve nada, apenas o nome que levou provisoriamente.

Em 1970, o professor Edilberto Luiz de Rezende ( o nosso amigo, Pe. Chico ) então Diretor do Colégio Regina Pácis, sentindo a necessidade de uma ampliação no sistema educacional araguarino, quando ainda da FUME, e com a intermediação do saudoso Pe. Lazafá Boaventura, então representante da Congregação dos Sagrados Corações, conseguiram a unificação, passando a Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Araguari, com quatro cursos, sendo de Pedagogia, Letras, Geografia e História, a funcionarem nas instalações do Regina.

Sob a presidência do Dr. Guaracy Faleiros Machado, a FUME, passou a ser FUNEC, sendo os seus cursos devidamente reconhecidos pelo MEC, Ministério de Educação e Cultura, quando em incansáveis viagens a Brasília, feitas pela professora Heleni Borges Alessi, juntamente com seu esposo, Luiz Roberto Alessi, os mesmos lutavam, se empenhando ao máximo junto aos conselheiros, membros do Conselho Federal de Educação para a aprovação dos cursos. Conseguiram.

Cada administração, a fundação ganhava benefícios, frutos da determinação de seus Presidentes juntamente com os demais membros.

Dr. Oabi Gebrim, ampliou as instalações, construindo o pavilhão central. Dr. João Vasconcelos Montes Jr., construiu o ginásio poliesportivo, que inclusive em justa homenagem, leva seu nome.
E assim, presidentes, conselheiros, diretores, professores, corpo docente e discente, fizeram da FUNEC, um patrimônio cultural de potencial invejável, considerando-se a plêiade de homens que por lá passaram, deixaram sua marca e fizeram com que Araguari despontasse para um futuro promissor com a fusão feita com a UNIPAC, Universidade Professor Antônio Carlos.
Desta fusão, o patrimônio físico, continua da FUNEC, sendo o convênio para a ampliação do 3º grau de ensino, ou seja, curso superior, com o aumento gradativo dos mesmos, de acordo com a programação feita.

Destacamos que para a realização deste convênio, foram brilhantes as atuações dos professores Francisco Inácio Póvoa, atual Presidente da Fundação, e de Willian Dickson dos Santos Braga, Diretor Pedagógico da Faculdade. Sem o empenho de ambos, sem o prestígio que possuem junto as autoridades araguarinas e dos governos estadual e federal, a realização desta união da grandeza de Araguari não teria se concretizado, pois demais cidades disputavam a instalação dos Campus da UNIPAC em seus domínios.
Então caros Leitores, o Magnífico Reitor da UNIPAC, professor Bonifácio Andrada, enxergou em Araguari, enxergou na FUNEC, toda a infra estrutura, tanto física, como cultural, para com ela firmar parceria.


Enxergou ele, a grandeza do povo araguarino, que sem alardes, no decorrer dos tempos, construíram esta grandeza existente na Av. Minas Gerais. Este patrimônio cultural que homens idealistas construíram através dos tempos, e que hoje, está nos proporcionando a ampliação da cultura de nossos filhos, do povo araguarino.


Viu Bonifácio Andrada, que além dos nomes citados, outros homens, desprovidos de vaidades, homens que aqui estão e que muitos já partiram para junto do Criador, lutaram e lutam por uma grande cidade. Rendemos-lhes homenagens. Nossa admiração e nosso respeito aos já citados, e a outros que mencionaremos em homenagem a todos que por lá passaram: João Alamy Filho, Sebastião Campos, Geraldo Debs, Carlos Roberto Aparecido Felice, Clayton Lemos da Silva, Marinho Bittencourt, Abdala Mameri, Antônio Boaventura Sobrinho, Ricardo Carraro, Geraldo Márcio de Carvalho Botelho, Fábio Bittencourt, Nelson Merola, Bernardino de Senna Pereira, Ronan Acácio Jacó, Moisés de Carvalho Alves, Oabi Gebrim, José Brandão, Nílvio de Oliveira Batista, Wanda Pieruccetti, Ana Vera Brito da Cruz, Luiz Cláudio Barreiros da Cunha, João Vasconcelos Montes Jr., Wilcon Moreira, Carlos Lindberg da Silva, Bartolomeu Teixeira, Natal Nader, José Veloso de Araújo, Neiton de Paiva Neves, Rubens Lopes, Jofre Alves Martins, Líbia Vieira, Nílvio de Oliveira Batista, Silvana Valinoto de Morais, Paulo Afonso Leite, Aloisio Nunes de Faria, Lourdes Vasconcelos Fernandes, Célia Regina Gomide, Achiles Barbosa, Marta Regina Bitar de Brito, Paulo Barbosa, Ivan Cavalcanti Canut, Dejair Flávio de Lima, Newton Dias de Abreu, Teotônio Vieira de Rezende, Guaracy Faleiros Machado, Paulo Roberto Santos, Maria Consuelo F. M. Naves, Francisco Inácio Póvoa, Willian Dickson dos Santos Braga, Dalva Brandão, Luiza Helena Marangoni Pereira, Thais Tormim Porto Arantes, Angelina C. Borela Valente, Maria Aparecida Peixoto Cruz, Antônio Sydney Arantes, Marco Antônio Neves, Clodonisio Lúcio Costa, Leda Maria Borela Diniz, Cairo Rocha, Adelmar Brasileiro Júnior. Todos passaram pela FUME e FUNEC no decorrer dos anos. Deram suas contribuições.
Um destaque especial para Márcio Marra de Resende, Teotônio Vieira Resende (saudosas memórias), e Guaracy Faleiros Machado, sem os quais nada haveria se realizado. Baluartes da fundação.


Assim sendo, caros Leitores, o que narramos acima, foi o que vimos naquela belíssima noite de 23 de abril, nos recintos da hoje UNIPAC, quando das comemorações de seus 36 anos de existência, sendo 30 como fundação e cinco como Universidade.

Vimos também que o Magnífico Reitor, Bonifácio Andrada, sentiu muita firmeza no povo araguarino. Sentiu ele, que com tudo encontrado dentro dos princípios legais, o povo araguarino é um povo progressista e honrado, possui raízes, e com estas raízes, a UNIPAC, continuará sua jornada de ensino, tendo seus horizontes ampliados com as grandezas que Araguari irá oferecer-lhe.

Dr. Bonifácio Andrada, o povo araguarino saberá retribuir-lhe tanto que está recebendo no momento, e tudo aquilo que é feito com dedicação e respeito, tem o seu retorno em dobro, tanto em sabedoria como em agradecimento, pois é dando que se recebe, e aqui tudo o senhor receberá.

Fizemos este relato, por estarmos presentes em tão significativo evento, e sentirmos falta de no decorrer dele, não vermos nenhuma referência ao passado, o que a todos presentes se fez notar. Nunca, jamais, podemos nos esquecer do passado, pois o presente dele depende, e o futuro só virá com grandes realizações se o que foi feito for lembrado.

Era o que tínhamos.

Que Deus nos abençoe.

Um abraço.

Vale a pena conferir matéria da TV UNIPAC no link:



http://www.youtube.com/watch?v=AWQSdyZ4CTo


sábado, setembro 22, 2007

CINE REX

Continuando a pesquisa aos arquivos e jornais por onde a coluna Ponto de Vista foi publicada no passado, identificamos matérias que não podem ficar fora do nosso Blog. Assim no início desta primeira década do novo século em 2001 falávamos de coisas novas advindas de transformações de coisas consagradas antigamente. . . :

. . . Conforme foi noticiado pela colunista Katia Mazão, com palavras gentis e que muito me emocionaram, na primeira edição do Diário neste novo milênio, dia 28 de dezembro completei meus cinqüenta e oito anos de vida, dos quais, cinqüenta e hum aqui em nossa querida Araguari. Agradeço envaidecido a lembrança da data e a distinção do registro em sua coluna.

Resolvi então para comemorar com minha esposa esta data (meus filhos e noras estavam viajando) almoçando fora, e para tanto, resolvi variar, fazendo uma coisa que não havia feito desde sua criação. Almoçar no Cine Rex, ou melhor dizendo, no Napolitano Self Service.

Por incrível que possa parecer, como disse acima, desde sua criação, ou seja, desde que o Cine Rex passou por uma transformação geral, tornando-se o maior restaurante que já entrei, eu não havia prestigiado meu amigo José Ferreira Machado, e sua esposa Eliane Maria Cristiano Machado, em seu estabelecimento, por uma questão de saudade, nostalgia, tristeza de ir a um local que podemos dizer crescemos, amadurecemos, constituímos família freqüentando, e agora, ver aquele local cultural e de lazer transformado em um restaurante de luxo e que possui grande movimento. Vejam que faz bastante tempo que o cinema fechou, passaram três anos sem atividades quando o Zezinho resolveu investir em 1992 em uma reforma de transformação, proporcionado ao povo araguarino um restaurante de gabarito e de excelente qualidade, e que por incrível que possa parecer aos saudosistas e nostálgicos como eu, momentos agradabilíssimos, pois enquanto deglutimos a saborosa refeição, vagamos pelo passado, na companhia de muitas pessoas que como nós freqüentaram o Rex em todo seu apogeu.

Após entrar no recinto, nos servirmos e sentarmos em uma mesa bem localizada, minha esposa e eu, como disse, saboreando a refeição, começamos a viajar no tempo e no espaço, quando disse a ela, em 1950, tinha eu 7 anos e após o almoço, ganhava uns trocados de meu pai, juntava a minha turma e vinha para cá, ao meio dia, entrar na fila para assistir às matinês que começavam a uma da tarde, mas o importante para nós, a meninada, não era o filme, mas sim os seriados que assistíamos, como Flash Gordon, O Zorro, Jerônimo, que a cada domingo levava a continuação do suspense para a tela, quebrando aquela apreensão que tínhamos pelo que ficava no ar. Quantos e quantos filmes do Gordo e o Magro, Os Três Patetas e outras comédias assistimos e que nos trazem gratas recordações. Este quadro me passou pela frente em questão de minutos, e me senti bem em estar ali, ao contrário do que sempre achei. Iria entrar em depressão. Antes de cada sessão, ouvíamos pelo auto falante que ficava em cima do Palace Hotel, (hoje ele está no arquivo público), o recital de Cítara, pelo Doutor Alex Simeck, transmitido pela Radio Araguari todos os domingos. Durante a semana era transmitida a Voz do Brasil. Não existia televisão e todo o mundo ia para a Praça Manoel Bonito passear. Tomar sorvete, conversar com os amigos. Era bom ver aquilo, era bom ver meus pais participarem e nos levarem a passear.

Mas o tempo passa, e como passa. Por isto é que gosto de lembrar do passado, para ter forças no presente e esperanças no futuro. Lá dentro, durante o almoço, olhei ao meu redor. Vi pessoas, pessoas estas que formaram famílias assim como eu, naquele ambiente, vi amigos, amigos que eram freqüentadores assíduos do Rex, então estava como se estivesse no cinema, ainda mais quando vi seu Herminio Carraro com sua esposa, senhora Mercedes Miranda Carraro (Dona Cedinha). Disse eu a minha esposa, Terezinha, veja ali que beleza, o seu Herminio e sua esposa, era ele o principal homem para o funcionamento do Rex. O maior técnico em eletrônica que já conheci, um autodidata, sem ele o cinema não funcionava. Era sistema de som, era iluminação, eram os projetores, enfim o homem era uma potência em eletrônica e braço direito do senhor Milton Lemos, dono do Cine Rex, Cine Lux e Cine Olido. O Rex na Praça Manoel Bonito, o Lux na rua Marciano Santos esquina com Padre Lafaiete, e o Olido na Praça Getúlio Vargas.

Eram três cinemas a funcionar diariamente e sempre lotados, com uma média de 1.000 lugares cada um. Era o meio de diversão da época, e o senhor Milton Lemos sempre se esmerou em passar nas telas os últimos lançamentos da industria cinematográfica. Vinha gente de Uberlândia para assistirem aqui os filmes em lançamentos.

Lembrei-me dos irmãos Gouveia, dependia deles o funcionamento sincronizado na época do Rex e do Lux, pois os filmes em grandes rolos, eram transportados em bicicletas que continha o local adaptado no quadro onde se colocava os ditos rolos, e eles tinham quinze minutos para fazerem o percurso da Marciano Santos até o Rex e vice versa transportando a magia do cinema, sétima arte a nós, felizes espectadores. Cito aqui o nome de um por um, pois sem eles não havia diversão, o esquema não funcionava, e creio eu, hoje existe pessoas da época que desconhecem tal fato. O primeiro foi Alfredo Camargo Gouveia, seguido pelo irmão Enio Camargo Gouveia, que passou a incumbência para Antonio Camargo Gouveia, que deixou para o Hélio Camargo Gouveia, deixando a incumbência ao Erezecthon José de Gouveia com a carreira se encerrando em Vicente de Paula Gouveia, o Vicente da Curinga Veículos, todos conhecem. Esses irmãos eram verdadeiros ases da bicicleta e nunca falharam em sua missão. Levaram cultura e entretenimento ao povo araguarino por vários anos. De 1955 a 1970. Os nossos agradecimentos pelo que fizeram.

Avancei mais um pouco no tempo, e já me vi na juventude. As famosas paqueras, flertes, namoros, compromissos que se tornaram muitos deles em casamentos e famílias constituídas. Lembrei-me então da primeira sessão aos domingos, era uma beleza, lá pelas cinco e meia da tarde já se via pela cidade rapazes com belos ternos, engravatados a caminho das casas das namoradas, buscá-las para a primeira sessão. Era um colorido bonito, moças elegantemente vestidas, rapazes com ternos formando formosos casais, (isto quando não se tinha que levar uma vela como companhia, o futuro sogro era bravo). Assistia-se o filme, dava-se uma volta pela cidade, comprando uma pipoca do Quinquinha, e lá ia toda a turma para a sede da U.E.A. União dos Estudantes de Araguari, (aqui na rua Afonso Pena, defronte a antiga Loja das Bandeiras) para a soarê dançante até as onze da noite, quando se levava as moças para casa e nos preparávamos para enfrentar a segunda feira.

Fluiu em minha mente repentinamente, as formaturas, do ginásio e contabilidade, pela Escola de Comércio Machado de Assis. Vi naquele palco cheio de mesas com famílias almoçando, uma garbosa mesa de formatura, formada pelo Prefeito, Juiz de Direito, Promotor, Professores, Dona Maria diretora da Escola, o Paraninfo e aquela mesa grande cheia de diplomas. Em 1962, tirei o curso ginasial, e em 1965 o de Técnico em Contabilidade, e as duas cerimônias de formaturas foram naquele palco.
Como se fosse hoje lembro-me do dia em que juntamente com Willian Braga (professor FAFI), o saudoso Elson Nunes (Guaraná Apolo) o João Mateus Filho (contador livraria São José) e outros colegas, fomos juntos, ter com o senhor Milton Lemos para contratar o aluguel do cinema para proceder a cerimônia de formatura. Tanto no ginásio como na Contabilidade, e em ambas a fineza, a elegância do senhor Milton Lemos, nos proporcionou a realização do sonho da festa que marca a vida de uma pessoa. No centro da mesa, vi o nosso paraninfo, paraninfo este nas duas formaturas, o Dr. Guaracy Faleiros Machado. Deu-nos ele a honra de nos prestigiar em ambas formaturas. Um padrinho inesquecível.

Quando disse ser o Rex um local de lazer e cultura, disse pelo fato de assistir lá espetáculos maravilhosos como teatro, shows, orquestras, recitais, como por exemplo, vimos Orquestra Cassino de Sevilha, Orquestra Tabajara, Xavier Cugar, vimos Roberto Carlos, Erasmo Carlos, Tony Campelo, Aguinaldo Rayol, Caubi Peixoto, Cely Campelo, Norma Benguel, Altemar Dutra e outras tantas, mas tantas maravilhas que nem o tempo apaga, e por isto me senti bem em estar lá.

Por que não existe mais um Rex, um Lux, um Olido ???

A resposta se apresenta pelo advento da televisão, a telinha veio e acabou com tudo, acabou com uma geração, o que é lógico, é natural. É a transformação normal dos tempos. É a tecnologia que surge toma espaços ocupados por coisas que passam a se tornar obsoletas, obsoletas porém saudosas, inesquecíveis, e que nós convivemos com ele, o passado, o que vem a ser muito bom, salutar.

Araguari possui hoje mais de 100 mil habitantes. Na época dos três cinemas, possuía o que ? 30.000, 50.000 ? Não mais que isso, e comportava três casas de diversões do naipe dos três cinemas citados, e todos com mais de 1.000 lugares cada um.

Hoje, tomemos como exemplo Uberlândia que também era possuidora de vários cinemas do porte dos nossos. A população era a mesma. Uberlândia tem 500.000 mil habitantes, que não lotam um cinema de 1.000 lugares. O mesmo acontece em Araguari. Não vamos dizer que a culpa é da telinha da televisão, a culpa é nossa mesmo que estamos com a tecnologia avançando a cada momento, nos tornando mais e mais comodistas em nosso modo de viver.

No shopping em Uberlândia, me parece que existem 10 cinemas. Puxa vida, 10 cinemas ? Sim, mas cada um tem no máximo 50 a 80 lugares. É impossível lotar um ambiente para um espetáculo cinematográfico e mesmo teatral com mais de 100 pessoas. Onde chego a conclusão que não haveria solução de continuidade melhor para o magnífico prédio onde se localizou o inesquecível Cine Rex, do que transformá-lo em um espetacular, luxuoso, cômodo, com salutar ambiente de um restaurante de fino trato , excelente bom gosto com aproveitamento total do majestoso prédio todo remodelado e que traz suas linhas tradicionais juntamente com aquilo que é indestrutível e insubstituível: os dias de glória que viveu, a época que marcou.

Suas poltronas estofadas assim como os projetores foram para Uberlândia (que eu saiba), estão nos pequenos cinemas de lá. As poltronas de madeira que ficavam no mezanino do Rex, encontram-se em uso no palco auditório da Igreja Presbiteriana de Araguari, na Praça Manoel Bonito.

Surgiu assim o NAPOLITANO SELF-SERVICE LTDA, que como disse, de José Ferreira Machado e Eliane Maria Cristiano Machado. Fui até eles para contar o que senti e também para tomar informações a respeito de sua estrutura e funcionamento, para distingui-los em uma matéria, pois eles merecem, eles investem em Araguari, e qual não foi minha surpresa, quando Zezinho meu amigo de longos anos, disse que como eu, o senhor Hermínio Carraro também não freqüentava o restaurante por saudades, por lembrá-lo de 1930, quando lá morou em solteiro e já dava assistência técnica. Um belo dia resolveu ir, e agora é um assíduo freqüentador. Fiquei feliz com isto.

Visitei agora com Zezinho, as instalações do Napolitano, constatamos quatro ambiente, sendo um para eventos mais sofisticados, com 23 mesas com 4 cadeiras estofadas de luxo, perfazendo 92 lugares, é o que fica logo na entrada após a lanchonete.

Na parte central, aquele de área plana do centro, se localiza pistas de alimentos, sendo duas frias e duas quentes, uma churrasqueira, uma pista para saladas e uma para doces e geladeiras. Nesta área estão dispostas 19 mesas com 4 cadeiras em madeira de lei, perfazendo um ambiente de 76 lugares.

Na parte superior, onde era o palco, encontramos outro ambiente tranqüilo para eventos, com 17 mesas com 4 cadeiras em acabamento especial, perfazendo 68 lugares.

Possui então o restaurante nada mais nada menos que 59 mesas com 236 lugares, que podem ser ocupados indistintamente, ao gosto do cliente desde que não haja em um deles evento particular em andamento.

Zezinho proporciona 21 empregos diretos, o que quer dizer que aproximadamente 100 pessoas sobrevivem do funcionamento do restaurante, que serve diariamente 350 refeições, sendo que em dias especiais como sábados, domingos, feriados e eventos na cidade chega a servir 1.000 refeições à população araguarina e àqueles que aqui aportam.

Pudemos observar que na reforma, foram colocadas portas de vidros blindex, pisos especiais, mantendo inclusive os antigos expositores de cartazes de filmes da forma que eram, e dentro deles pinturas e enfeites próprios.

A lanchonete na entrada é das mais avançadas no ramo, tendo seus móveis em aço tubulares, cadeiras estofadas, servindo qualquer tipo de lanches.

Então meus caros leitores e leitoras, há males que vem para bem, o progresso, a tecnologia nos tirou uma casa de espetáculos, os motivos tentamos mostrá-los através de nossos comentários, espero ter alcançado o objetivo, e em compensação, ganhamos um grande e fino restaurante, graças ao desprendimento para um grande empreendimento do Zezinho Ferreira e sua esposa, que proporcionam a Herminio Carraro, dona Cedinha, a nós, e uma quantidade enorme de saudosistas, horas agradáveis no ambiente que viveram no passado, na companhia de pessoas da época, lembrando coisas guardadas lá em um lugarzinho especial da memória.

Parabéns José Ferreira Machado, parabéns e obrigado por fazer por Araguari.

É o nosso PONTO DE VISTA.

domingo, agosto 26, 2007

SÃO SEBASTIÃO

Caros Leitores.

Mantida a impossibilidade de atualizar o Blog Ponto de Vista com conteúdo inédito, continuamos postando matérias até então publicadas nos jornais onde essa coluna já passou. Assim a aproximadamente 6 anos atrás, em 01/08/2001 falávamos sobre o Hospital São Sebastião... :

...Conforme combinamos, ou melhor, prometemos, iremos tratar hoje da história dos nosocômios de nossa querida Araguari. Longe de nós a pretensão de aqui narrarmos a história de cada um deles. Uma que seria necessária uma profunda e longa pesquisa para que erros não fossem cometidos, e outra que não somos historiadores, mas sim, pura e simplesmente, procuramos narrar fatos que relacionamos paralelamente a nossa infância, juventude e maioridade passadas nesta que para nós vem a ser o ícone de tudo aquilo que nos referimos. A cidade de Araguari. A que todos recebe de braços abertos, mas como um corpo humano, também apresenta rejeições àqueles que no decorrer de sua jornada nela, não sabem retribuir a altura os benefícios recebidos, e acabam por terem de dar meia volta, saindo pela mesma porta pela qual entraram.
Então, lá vamos nós iniciar nosso encontro semanal, adentrando nos anais da história deste que empresta o título de nossa matéria de hoje. Casa de Saúde São Sebastião e Maternidade Santa Maria.
De acordo com a história, e também pelo fato do Dr. Manoel Fernandes de Melo, nos receber em seu apartamento para uma conversa agradável a respeito de como tudo aconteceu, pudemos constatar que a Casa de Saúde São Sebastião, não foi o primeiro hospital de Araguari, mas sim o terceiro, uma vez que a Santa Casa de Misericórdia, fundada pela “Dona Mariquinha Rodrigues da Cunha e o senhor Amélio de Oliveira foi o primeiro, sendo o segundo, a Casa de Saúde Santa Marta, com os doutores Clemente Magalhães e João Alcântara (que além de médico, era músico da Orquestra Sinfônica de Salvador – BA), mas quanto aos dois como aos demais, iremos nos dedicar em matérias exclusivas que tentaremos fazer pela frente.


Voltando ao São Sebastião, contou-nos o Dr. Manoel, que o mesmo foi construído na década de 1920, mais precisamente, em 1926, pelo então médico e grande idealizador e também ampla visão, Dr. José Jehovah Santos, juntamente com o Dr. Manoel Musa, com o detalhe de como disse, pela visão do Dr. Jehovah, construir exclusivamente com a finalidade de ser uma “Casa de Saúde”, ter suas instalações não adaptadas, mas sim construídas com a finalidade única de atender às necessidades médico hospitalares, que já se avolumavam em Araguari, que na ocasião era o centro de todos os lugarejos que nos cercavam, inclusive a vizinha cidade de Uberlândia. Engenheiros especializados aqui vieram, chamados que foram pelos médicos idealizadores e pelo Cel. da Bagagem, Marciano Santos.


O prédio mais antigo, é aquele que estando nós de frente ao hospital, fica a esquerda, ostentando a imagem de “São Sebastião” em um oratório especialmente construído, tudo em estilo colonial, conforme as exigências de seus idealizadores.

Mas conforme meu amigo, meu mestre, exemplo de dedicação à arte abraçada, “Medicina”, Dr. Manoel, continuou a história vivida por ele, Com o passar dos tempos, Dr. José Jehovah Santos, passou a dedicar-se à política, e diga-se de passagem, um grande político, tendo governado nossa cidade e também comandado várias disputas eleitorais, quase sempre conseguindo vitórias, e com isto, não sobrando tempo para que exercesse a nobre arte da “Medicina”, onde então vendeu o São Sebastião para os irmãos Laureano, Drs. Arcino Santos Laureano, cirurgião, Amilcar Santos Laureano, R X, e Aldo Santos Laureano, laboratorista da Casa de Saúde recém adquirida entre os anos de 1935 a 1945. Daí então disse Dr. Manoel, o hospital passou a pertencer à família Melo, composta pelos irmãos médicos, Manoel Fernandes de Melo, Durval Fernandes de Melo, Milton Fernandes de Melo, Ciro Fernandes de Melo e Aparício Fernandes de Melo, todos formados pela “Escola de Medicina de Belo Horizonte”.

Inclusive, na formatura de Dr. Aparício, na solenidade de Colação de Grau e entrega de Diplomas, a matriarca da família, na presença de todos os filhos, além da grande platéia que prestigiava o ato, além também das autoridades presentes, senhora Teresa Fernandes de Melo, foi convidada a subir ao palco para receber os cumprimentos e as homenagens de entre seus 12 filhos, 8 homens e 4 mulheres, ter o privilégio de dar à sociedade, para a prática do bem ao próximo, através da nobre arte da Medicina, 5 filhos, fato até então inédito, e creio eu, inigualável até hoje pela perseverança e dedicação dos irmãos. Isto meus caros Leitores, é um fato histórico, e que talvez muito poucos tenham conhecimento dele.

Para mim, para minha família não é surpresa, pois fomos criados juntos com as citadas famílias. Crescemos com os filhos destes dedicados médicos, convivemos e desfrutamos de suas amizades, e orgulhosos ficamos quando aqui podemos narrar algum fato que diz respeito a eles. Muito os admiramos e respeitamos. Só temos a agradecer o muito que fizeram por nós, profissionalmente e sentimentalmente pelos laços que sempre nos uniram.

Mas como dizia, os irmãos Melo de posse do hospital, tiveram seu movimento aumentado sensivelmente, pelo fato da especialidade de cada um, Dr. Manoel cirurgião e obstetra, Dr. Durval, cirurgião e clínica geral, Dr. Milton, cirurgião, Dr. Ciro, R X e Radioterapia, Dr. Aparício, pediatria. Ora, todo e qualquer problema existente no que diz respeito à saúde, era resolvido na Casa de Saúde São Sebastião, e aí então, na década de 50, resolveram ampliar as instalações para melhor antender a todos que os procuravam.

Da mesma forma do primeiro prédio, foi construído o segundo, o do lado direito de quem fica de frente para o hospital. Nas mesmas linhas arquitetônicas foi construído em tempo recorde o novo nosocômio, que passou a chamar-se “Casa de Saúde São Sebastião e Maternidade Santa Maria”, passando a atender com maior conforto, segurança e rapidez àqueles que lá se dirigiam.

Volto agora, meus caros Leitores, lá na minha infância, juventude. Lembro-me perfeitamente até de detalhes da grande obra, uma vez que a Cia. Prada de Eletricidade (grande parte de minha vida está relacionada a ela, por meu Pai e também por mim), estava construindo a nova linha de transmissão de energia elétrica para Catalão. Perigosa a estrada que nos ligava até Catalão. Era via Amanhece, Bocaina, Bethout, Anhanguera, Cumari, Goiandira e Catalão. Justamente as cidades que estavam recebendo os benefícios da energia elétrica (tão discutida e comentada hoje com as irresponsabilidades dos “ilustres senhores” não merecem títulos com letras maiúsculas que geram seus destinos, ou melhor, deixaram chegar no que está), e que para a realização dos serviços, grandes riscos corriam os empregados que nela trabalhavam, apesar de serem especializados, mas a pouca tecnologia e equipamentos existentes na época, provocavam acidentes, e sempre de grande vulto e gravidades.

Para resolver o problema de atendimento, quando um desastre acontecia, envolvendo vários homens, todos eram removidos para o “São Sebastião”, pela excelência dos atendimentos uma vez que abrangia um grande número de médicos, 5 só de uma família, sendo inclusive necessário a vinda de médicos de outros hospitais.

Lembro-me, e ainda hoje, comentei com meu amigo, irmão de Ordem Macônica, ex-colega de serviço, Bartolomeu Teixeira. Certa feita, o velho caminhão Chevrolet 38, arrastando uma carreta tipo canhão, com um suporte sobre o chassis, transportando uns 15 postes para serem instalados lá por Anhanguera, transportando também toda a turma de serviços, 15 homens devidamente especializados, ao passar por Amanhece, iniciar a descida da serra da Bocaina, lá no “S” , perdeu os freios com o vazamento do óleo do sistema e desceu a toda velocidade. Pânico geral conforme o pessoal.

Sebastião de Souza, sub-chefe de serviço, pai do Varan, diagramador do Diário, estava na cabine do caminhão. Foi o único com ferimentos leves, pois ficou sob o painel do veículo na frente do banco. Conta-nos ele, o caminhão descia por disparada. O José Florêncio (Zé Viola) saudosa memória, era o Chefe da Turma, conseguiu fazer a curva do ”S”, e logo abaixo dela, existia uma vendinha de beira de estrada e atras dela, a ribanceira, e do lado direito, o grande barranco.

Agindo corretamente, o José Florêncio jogou o caminhão no barranco para pará-lo, mas dada a velocidade imprimida, o peso da carreta, fez com que o caminhão ricocheteasse e virasse para a esquerda em direção à vendinha, rolando pela ribanceira abaixo até bater em uma árvore. Como conseqüência, os postes da carreta, se misturaram com os homens, arrebentando-os de toda forma. Foi uma tragédia que deixou marca na Prada. Um faleceu no local, os demais foram transportados para o São Sebastião que mobilizou todos os médicos da cidade para o atendimento.

Eram 14 homens estraçalhados com a violência do desastre. Isto ocorreu entre 1955 a 1957, eu e Bartolomeu não conseguimos precisar a data, mas nos lembramos de como ficaram após atendidos , operados e medicados os feridos. Todos se salvaram, mas lembramos que 3 ficaram engessados do pescoço aos pés, com tudo quebrado. Todos os recursos existentes na época foram empregados, e a técnica, a eficiência com a mão de Deus, fizeram com que todos se recuperassem totalmente do drama vivido.

Outros acidentes ocorreram, porém este foi o de maior gravidade. Se para a família Prada o São Sebastião deixou saudades por tanto bem realizado, imaginem vocês caros Leitores, para o povo de Araguari e cidades vizinhas. Sabemos nós, não só alegrias ele trouxe com nascimentos na Maternidade, salvamento de acidentes, cirurgias bem sucedidas, mas também os milagres nem sempre existiram, e quanta tragédia ficou marcada lá dentro e nos corações dos que a passaram. A própria família Melo muito sofreu. Mas tudo sob a vontade do “Supremo Criador dos Mundos” que a todos olha. Somos pequenas peças teatrais no grande palco da vida. Quando o Criador resolve baixar o pano, tudo se acaba. Mas em sua infinita sabedoria, Ele nos dá muitas alegrias.

Mas como disse, a própria família sofreu muito, e com a morte do Dr. Milton Fernandes de Melo, que deixou uma grande lacuna (a praça do Aeroporto leva seu nome com grande justiça), e com a idade já se avolumando, os demais irmãos resolveram vender parte do grande nosocômio a uma sociedade médica que inclusive já trabalhava no hospital, passando assim em 1973 a funcionar com nova administração que continuou e ampliou o sistema implantado por seus fundadores. Dr. Durval Fernandes de Melo, posteriormente também veio a falecer, deixando muitas saudades.

Ao encerrar minha visita ao Dr. Manoel, quando da despedida, ele levou-me até uma mesinha de canto e mostrou-me o “Orgulho de Sua Vida”, o troféu “Personalidade do Século XX” ofertada a ele em 1999 como Médico Destaque. Nascido em 1910, tem hoje Dr. Manoel, 91 anos de vida. Formou-se em 1935 e tem 67 anos de profissão. Como disse anteriormente, é o decano dos médicos de Araguari, talvez da região ou do Brasil, o mais velho em idade e em profissão, e ainda em exercício. Permanece ele, assim como Dr. Aparício, sócios do São Sebastião, gozando do carinho e da amizade dos demais médicos e funcionários daquele nosocômio.

Obrigado Dr. Manoel, meu amigo, meu irmão de Ordem Maçônica, assim como Dr. Aparício. Obrigado pela forma gentil, carinhosa, amiga, alegre com que nos recebeu e narrou toda esta história. Que as bênçãos do Grande Arquiteto do Universo, continuem caindo sobre sua maravilhosa família, a maravilhosa Casa de Saúde São Sebastião e Maternidade Santa Maria, sanando dores e proporcionando saúde a quem de vocês necessitarem.

Mas aí meus caros Leitores, para poder chegar ao final desta narrativa, fui direto para o São Sebastião, ter contato com meu amigo, um de meus médicos (digo um, porque já passei por 18 cirurgias e a muitos dele devo com as bênçãos de Deus o fato de estar vivo) Dr. Antônio Bosi, para inteirar-me do atual estado do nosocômio “São Sebastião”.Disse-me Bosi (trato-o assim pela grande amizade que mantemos, pois sabe ele do respeito que lhe dedico), que quando da transformação do hospital em Sociedade Médica em julho de 1973, passou o mesmo por uma grande reforma, sendo inclusive implantado equipamentos vários e aumento da equipe médica, ficando assim conhecido como o “melhor hospital da região”, o que muito nos orgulha, pois saber que Araguari é um grande centro médico-hospitalar, deixa-nos envaidecidos e orgulhosos, principalmente minha pessoa, que como outras já fizeram uso dele, sendo que eu por 5 vezes, tendo sido operado pelo Dr. Bosi, Dr. Nivaldo, Dr. Ilton, todos com suas equipes, sendo que até brinco com Dr. Marcílio e Dr. Dellage, anestesistas do hospital, que tenho tanto tempo de anestesia que já posso até me anestesiar. Tenho tantas intervenções cirúrgicas, que conforme o Professor Newton Dias de Abreu, não é só a saúde que eu tenho mais as bênçãos de Deus que me ajudam não, é a vitalidade que possuo que ajuda-me a enfrentar as pauladas que levo. Mas é isso aí, estou inteiro e com saúde, sempre pronto para enfrentar a vida com coragem.

Fugi novamente do assunto, vamos continuar, hoje o São Sebastião possui um quadro de 37 médicos das diversas especialidades, 60 funcionários entre atendentes, enfermeiras, telefonistas, serventes, cozinheiras, copeiras e também a farmacêutica própria, além do grande e completo laboratório de analises clínicas. Possui 14 apartamentos completos, com TV, frigobar, ar condicionado, 12 quartos e 4 enfermarias com pediatria. 100 leitos à disposição de quem necessitar. R X, litotripsia urológica e cirurgia laborascópica. Uma capela para uso dos fiéis e uma farmácia completa. Tem o hospital uma média de 200 internações mês, um centro cirúrgico com 3 salas de cirurgia, realizando média de 100 por mês, e um centro obstétrico. Possui ainda o hospital para melhor atender seus clientes, duas ambulâncias e convênios dos mais variados..

Para completar, fomos informados de que dentro em breve, o hospital estará inaugurando pela rua Rodolfo Paixão, um prédio só com consultórios, em um total de 32, sendo a construção dentro dos padrões médicos hospitalares, dotado de todos os equipamentos. Serão mais 60 empregos para os araguarinos.
Com tantas informações colhidas, senti-me realizado em minha missão, agradeci, como de público agradeço a acolhida, despedi-me, assim como dos médicos que se acercaram e dos quais desfrutamos da amizade, e partimos para redigirmos este Ponto de Vista.

Encontrei-me com Dr. Sebastião Campos casualmente, e ele disse-me que quando da construção do hospital, a mesma foi feita no nível da avenida, porém com o tempo, Dr. Jehovah Santos, já como político, mandou rebaixar a mesma, a picareta, para que pudessem passar com as redes de água e esgoto, nivelando-a com a parte de baixo. Vejam que os prédios que permanecem no alto são os do hospital e o do Raul Soares. O restante foi demolido para a construção do Lorena Center e do Banco do Brasil. Lembram-se das casas ? Na esquina da Afonso Pena a loteria do Porto e uma residência do senhor Vicente França, e lá no Banco do Brasil, morou o senhor Nasário Augusto Vilela e a da família Torres. (Professores Otoni e Otonite Torres).

Então é isso aí meus caros Leitores. Como disse, não era minha pretensão contar a história dos nosocômios de Araguari, mas sim parte delas, e às vezes, que vivemos, e hoje aí está uma para vocês, e espero que seja do agrado, um pouco sobre esta que tanto faz por Araguari e seu povo, a Casa de Saúde São Sebastião e Maternidade Santa Maria.

Caros Leitores, me referi lá atrás, ao Professor Newton Dias de Abreu. Conversei longamente com ele, e ele disse-me gostar do que escrevo, e que sua filha, a jornalista Lívia Dias de Abreu, fica esperando pelo sábado para nos ler. Isto envaidece qualquer um. Agradeço de coração pela distinção, da mesma forma ao Professor Jarbas Ferreira da Silva, ao José Reinaldo Belém Flores, sua esposa, Marila Guimarães Flores, ao Dr. Toshi Hirono, do laboratório Hirono, ao meu amigo Ângelo Epitácio Lomazzi, à professora Guaraciaba Ferreira da Silva. Diretor do PROCON, Raul Campos Júnior. Muito obrigado pela distinção de vocês e pelos incentivos a continuarmos conversando através do Diário de Araguari. Emocionados e envaidecidos agradecemos.
Não poderia eu, encerrar este Ponto de Vista, sem antes prestar uma homenagem Póstuma a uma pessoa que passou por esta vida de forma brilhante. De forma pura. De forma digna. De forma honesta. De forma imaculada, uma vez que ninguém jamais poderá se manifestar a não ser para elogiar e lembrar sua estada entre nós. Muito fez por Araguari. Professor inteligentíssimo. Idealista por natureza. Um dos fundadores da FUME-FAFI – Ex-Fundação Municipal de Ensino, que era mantenedora da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Araguari, seu fundador, seu professor, seu Diretor. Filho exemplar, irmão maravilhoso, amigo sincero. Grande personalidade. Dignidade inatingível. Personalidade inigualável. Cumpriu sua missão aqui na terra. Deus o chamou para seu convívio. Perdemos uma Jóia, Deus ganhou um Tesouro . Obrigado por ter-me aceito como amigo. Orgulho-me de ter desfrutado de sua confiança. A0 lacuna deixada jamais será preenchida. Descanse em paz TEOTONIO VIEIRA DE RESENDE. Que Deus o tenha em seu Reino. Obrigado pelo que fez por todos.

Era o que tínhamos.
Que Deus nos abençoe.
Um abraço

terça-feira, julho 31, 2007

REGRAS ÁUREAS

REGRAS ÁUREAS, ACHADAS NAS RUÍNAS DE PERSÉPOLIS, CIDADE CONSTRUÍDA POR DARIO E INCENDIADA POR ALEXANDRE EM 331 A.C, GRAVADAS NUMA PEDRA COM SÍMBOLO MAÇÔNICO.


DIGAIS SABEIS DIZ SABE DIRÁ NÃO SABE

FAÇAIS PODEIS FAZ PODE FARÁ NÃO DEVE

ACREDITEIS OUVIS ACREDITA OUVE ACREDITARÁ NÃO OUVE

GASTEIS TENDES GASTA TEM GASTARÁ NÃO TEM

JULGUEIS VEDES JULGA VÊ JULGARÁ NÃO VIU

NÃO TUDO PORQUE TUDO MUITAS O QUE

QUANTO AQUELE QUANTO VEZES QUE


COMPONDO AS PALAVRAS ENCONTRAMOS:


NÃO DIGAIS TUDO QUANTO SABEIS, PORQUE AQUELE QUE DIZ TUDO QUANTO SABE, MUITAS VEZES DIRÁ O QUE NÃO SABE.

NÃO FAÇAIS, TUDO QUANTO PODEIS, PORQUE AQUELE QUE FAZ, TUDO QUANTO PODE, MUITAS VEZES FARÁ O QUE NÃO DEVE.

NÃO ACREDITEIS TUDO QUANTO OUVIS, PORQUE AQUELE QUE ACREDITA TUDO QUANTO OUVE, MUITAS VEZES ACREDITARÁ, O QUE NÃO OUVE.

NÃO GASTEIS TUDO QUANTO TENDES, PORQUE AQUELE QUE GASTA TUDO QUANTO TEM, MUITAS VEZES GASTARÁ, O QUE NÃO TEM.

NÃO JULGUEIS TUDO QUANTO VEDES, PORQUE AQUELE QUE JULGA TUDO QUANTO VÊ, MUITAS VEZES JULGARÁ, O QUE NÃO VIU.

ERA O QUE TINHAMOS.
QUE DEUS NOS ABENÇOE.
UM ABRAÇO.

domingo, julho 01, 2007

PROBLEMAS BRASILEIROS

Caros leitores,
Mantida a impossibilidade momentânea de atualizar o Blog Ponto de Vista com conteúdo inédito, continuamos postando matérias até então publicadas nos jornais onde essa coluna já passou.
Assim em 04/09/2001 falávamos sobre os problemas brasileiros.
Gostaríamos aqui, estar iniciando mais este Ponto de Vista, voltados lá atrás, lá nas décadas de 60, 70, 80. Revivendo fatos históricos, fatos inesquecíveis, fatos que vivemos e somos testemunhas vivas para relatar-lhes com propriedade. Com conhecimento profundo, pelo nosso convívio nesta terra abençoada por Deus, juntamente com os protagonistas. Protagonistas estes em sua grande maioria estão entre nós, merecendo o nosso respeito, nossa gratidão e nossas homenagens pelo muito que fizeram e fazem para a grandeza de Araguari, e ao mesmo tempo desfrutando de tudo aquilo que ela oferece.
Infelizmente, ainda não é nesta edição, que poderemos entrar, em devaneios, em relatos de grandes empresas, de grandes homens que fizeram o que nós desfrutamos. Prometemos, e podem ter certeza que em próximos Pontos de Vista, estaremos de volta ao passado, relatando-lhes o que de melhor vivemos em nossa vida nesta Araguari. Araguari, centenária na idade, mas na maior plenitude de sua pujança com o desenvolvimento paulatino, gradual, de acordo com cidades de seu porte, e que se desenvolvem dentro daquilo que a própria terra, sua situação geográfica, suas lideranças possam oferecer.
E por falar nisso, seria de muito bom grado, pararmos de comparar nossa querida e amada terra, com a vizinha cidade de Uberlândia. Não vemos absolutamente motivos para ficarmos nesta disputa inviável e neste clima de comparações que vivemos, quer queiramos ou não, mas um “BASTA EM COMPARAÇÕES”, seria de muito bom grado, conforme matérias publicadas neste jornal, com declarações sinceras e profundas por parte de seus autores, enaltecendo Araguari e explicando até o porquê de sermos o que somos, senão vejamos:
1 – Por sua situação geográfica, a vizinha Uberlândia, tornou-se, no decorrer dos anos, um verdadeiro polo cultural, aero-rodo-ferroviário e industrial de toda região do Triângulo Mineiro. Tornou-se uma metrópole onde encontramos de tudo. Na década de 60, Uberaba, Uberlândia e Araguari, possuíam a mesma população, sendo que Araguari fornecia energia elétrica para Uberlândia e Tupaciguara. Tínhamos tanta energia elétrica, que a Prada dava incentivo a seus funcionários para a venda de fogões elétricos aos consumidores em geral, era necessário consumir a energia que sobrava, e tudo era lucro. Bons tempos aqueles. Mas continuando, as oportunidades se foram oferecendo, e como dissemos, era Uberlândia a possuidora da infra estrutura necessária para receber tudo que se apresentava. Tinham (e tem) os empresários e políticos o principal, dinheiro para investimentos assim como a força política necessária para a concretização dos eventos que se apresentavam.
2 – Mediante o exposto, lógico e evidente, uma coisa trás a outra, e assim sucessivamente, tornando-se assim nossa vizinha Uberlândia, o centro comercial, industrial, estudantil, cultural que é, tornando-a então uma cidade com seus 500 mil habitantes, o que logicamente também com os problemas de uma cidade de tal porte. Uberlândia enfrenta atualmente a maior insegurança que uma cidade possa viver. Os índices de assaltos, roubos, sequestros, assassinatos, desastres que se tornaram tragédias, trânsito violento e enfim as conseqüências de ser uma cidade grande.
3 – Uberaba, apesar de estar às margens do Rio Grande, apesar de ter uma estrutura financeira e política do porte ou talvez maior que o de Uberlândia, não conseguiu aquele estouro demográfico. Possui indústrias de grande porte. Universidade com todos os cursos que um jovem possa almejar para sua carreira. Possui a maior criação de gado zebu do mundo (sendo visitada anualmente pelo Senhor Presidente da República), dado o vulto de suas exposições agropecuárias, e também seus leilões de gado, onde as maiores cifras são atingidas ano a ano. Mas de nada disto adiantou, Uberaba também gira em torno de Uberlândia. Depende de Uberlândia. Creiam, é a verdade. É a pura verdade. E qual é o mal disto ??? Será que tem algum mal ??? É claro que não, com seus 250 mil habitantes, Uberaba, leva sua vida normalmente. Normalmente não, com grande pujança, com desenvolvimento, com grandes lideranças e sempre crescendo. Que saibamos, ela não disputa com Uberlândia. Ela não fica alardeando que fatos acontecem em detrimento de seu desenvolvimento. Muito pelo contrário. Quando da construção do “Carrefour” em Uberlândia, um comentarista político de Uberaba, parabenizou Uberlândia e deu graças por estarem a 100 quilômetros de distância, o que lhes iria proporcionar desfrutar também daquele novo empreendimento. Chegamos a conversar e até parabenizar no ar (TV) o jornalista por seu pronunciamento.
4 – Como nos referimos, nossa Araguari, vem se desenvolvendo através dos anos de uma forma discreta, sem alardes. Está crescendo, seus bairros estão todos asfaltados. Todos com a infra estrutura necessária. Hoje o cidadão araguarino não escolhe um terreno na região central para comprar e construir sua residência. Hoje ele procura o lugar que lhe proporcione as melhores condições de viver, tanto residencial como comercialmente falando. Dêem uma volta por nossa Araguari. Visitem seus principais pontos. Visitem seus bairros, aqueles mais distantes. Só encontrarão progresso, só encontrarão construções, reformas, belas residências, ótimos estabelecimentos comerciais, encontrarão um povo entusiasmado em zelar daquilo que possuem. Suas casas, suas praças, seus bairros. Nossa Araguari atingiu 100 mil habitantes. Maravilha, ótimo. Estamos crescendo dentro daquilo que nossa condição nos propicia. Não adianta querermos passar os carros na frente dos bois, pois não seria possível. Estamos indo como devemos ir. Estamos crescendo como devemos crescer. Estamos conseguindo no decorrer dos tempos, tudo que uma cidade necessita para sua sobrevivência e pode oferecer para seus habitantes.
Com o acima exposto, que não tem nada a ver com o título de nosso Ponto de Vista de hoje, chegamos a uma feliz conclusão: Uberlândia está para o Triângulo Mineiro, assim como Ribeirão Preto está para o interior de São Paulo. Todas as cidades circunvizinhas, Ituverava para frente, Batatais, Franca, São Carlos, Sorocaba, Piracicaba, Leme, Araras, Limeira e outra mais, giram em torno da metrópole que é Ribeirão Preto. Ninguém vê mal algum nisto. Que saibamos, só vêem o bem. São necessárias as cidades pólos. No nosso Ponto de Vista, podemos nos comparar ao Sistema Solar. Pequenos astros giram em torno de um grande Astro.
Aí meus caros Leitores, lembramo-nos de Patos de Minas. Patos vem a ser a grande metrópole do Alto Paranaíba. Todas as cidades da região giram em torno dela. Monte Carmelo, Patrocínio, Romaria, Luz, região da Serra do Salitre e várias outras. Patos de Minas possui uma grande influência política. Possui grandes empresários, possui tudo aquilo necessário para uma explosão demográfica. Mas não a teve. Assim como Araguari, ela vai se desenvolvendo dentro de suas condições geográficas, dentro daquilo que suas riquezas lhes proporcionam. Possui atualmente 112 mil habitantes. 10 mil mais que Araguari. Também não vemos nenhum problema nisto. Os patenses também não vêem nada que desabone a grandeza e a magnitude de sua terra. Terra do milho. Terra que nos oferece a maravilhosa e já nacionalmente conhecida “Festa do Milho”. Tornou-se tradicional. É uma grande cidade. Possui um grande povo. Todos se orgulham dela, assim como nós nos alegramos em tê-la por perto. Somos ótimos vizinhos. Em nada afeta o tamanho demográfico de cada uma. Que seja assim com Uberlândia, ficando Araguari, Uberlândia, Patos de Minas, Tupaciguara, Ituiutaba, Monte Carmelo, Patrocínio, Uberaba, e outras mais, cidades maravilhosas, orgulho de Minas Gerais, diamantes do Triângulo Mineiro.
Mas entremos agora no mérito de nosso Ponto de Vista de hoje. Estudo dos Problemas Brasileiros. Não iremos dar aulas a respeito do assunto, mas como no PASSADO, ( e aqui reforçamos, “Temos que reviver o passado, pois o presente dele é produto, e o futuro dependerá do passado e do presente”. Logo, o mesmo perfaz a história de um povo, e lembrá-lo e narrá-lo, é privilégio de poucos), tínhamos no currículo escolar, a matéria “E. P. B.” – Estudos dos Problemas Brasileiros – da qual tivemos a honra de sermos professores no Estadual Antônio Marques, Santo Antônio e Machado de Assis. Lá por 75, (em plena ditadura), e tal matéria era ministrada, proporcionando aos alunos do antigo 2º Grau de Ensino, alunos estes que se preparavam para vestibulares, um conhecimento profundo daquilo que acontecia em nosso País, mesmo se encontrando nas mãos de um regime ditatorial. Preocupavam-se os então governantes em levar aos estudantes, toda a situação que vivíamos antes, durante e após a revolução. Não iremos discutir méritos e nem quem ou qual regime está ou estava certo. O certo é que tal matéria existia e como era útil.
Não sabemos qual o motivo, mas esta matéria foi abolida do calendário escolar assim como “E. M. C.” – Educação Moral e Cívica (a ocasião para falar nisto é propícia, estamos atravessando a Semana da Pátria, e em Araguari, conjuntamente com a Semana Comemorativa à sua Emancipação Política), “E. P. B.” – Estudos dos Problemas Brasileiros (que abordaremos um pouco hoje), e finalmente “O. S. P. B.” – Organização Social e Política Brasileira. Lecionamos todas, e como disse, foram abolidas do ensino. Grande erro. Fazem falta, muita falta. A medida que os fatos vão acontecendo, os jovens estudantes vão sentindo a necessidade de conhecimentos mais profundos sobre os assuntos, não ficando atados no que é divulgado nos meios de comunicação. Esperamos que algum “iluminado” político, proponha no Congresso Nacional, o retorno de matérias tão necessárias quanto às citadas. Como dissemos, são nos acontecimentos dos fatos que suas faltas são sentidas. Exemplo: campanhas políticas, o que faz um vereador, um deputado, um governador, para que servem câmara, senado, o que são poderes, Executivo, Legislativo, Judiciário, estâncias, instâncias, e assim por diante. Como dissemos não iremos dar aulas, apenas comentaremos.
Caso Específico: PROBLEMAS BRASILEIROS.
Mas o Brasil tem problemas ? Este imenso país tão rico, inexplorado, cobiçado por todos, como sua flora, sua fauna, suas riquezas minerais, suas bacias hidrográficas, seu solo fértil, sua cultura rica, com um clima variado e saudável, um país cortado pela linha do Equador e pelo Trópico de Capricórnio tem problemas que possam levar os brasileiros a preocuparem-se ???
Meus caros Leitores como nosso Brasil tem problemas. Tem imensos problemas. Tantos problemas que difícil se torna enumerá-los, mas citemos e discutamos sobre alguns:
1 – CORRUPÇÃO POLÍTICA – Como é triste pensar no que a maioria daqueles a quem tanto confiamos, homens que escolhemos e que são escolhidos, selecionados, homens que fazem verdadeiras e heróicas carreiras, quando chegam ao cume delas, nos decepcionam, decepcionam a Nação, tornam-nos ridículos perante nossos irmãos, nossos semelhantes e no exterior, com as trapaças e falcatruas que realizam dentro do poder a eles conferidos, e na maioria das vezes por nós mesmos. Que vergonha, que lástima, saber de nosso Brasil nas mãos de um Jader Barbalho, de um Antônio Carlos Magalhães, de um Arruda, de um Nicolau dos Santos Neto, (o fabuloso LALÁU, que maculou a imagem do Poder Judiciário até então incólume). De um Paulo Maluf & Cia. Ltda. Que grandes problemas brasileiros estes e outros homens causaram ao Brasil Desanima qualquer cidadão que quer uma vida honesta e digna.
2 – DESTINO DAS VERBAS – A burocracia adotada para a distribuição do dinheiro público, já são previamente estudadas e distribuídas, e quando chegam aos seus destinos, estão totalmente dilaceradas pelos caminhos percorridos. SUDAM, SUDENE, ranários, banqueiros, pontes inexistentes, escolas construídas apenas no papel e outros fatos fantasmagóricos que temos de assistir calados e posteriormente vermos a impunidade dos responsáveis. Problemas Brasileiros.
3 – MÁ DISTRIBUIÇÃO DE RENDA – A distribuição de renda no Brasil é um caso lastimável, revoltante, amargo de se ver. Mas existe, está aí, nas mãos e ao acesso de todos esta aberração de governantes. Observem caros Leitores, as várias camadas sociais. Os milionários são milionários mesmos, não existindo meio termo. Os ricos são ricos. A classe média alta vive uma vida de rico, e a classe média baixa já se aproxima da pobreza. Os pobres são pobres coitados, e os miseráveis, o são no mais profundo sentido da palavra. Vivem na miséria total. São aqueles que estão nos lixões sobrevivendo dos restos de restos, pois seus alimentos são divididos com os abutres. Uma pessoa de nosso relacionamento, mudou-se do nordeste de Minas, sul da Bahia, divisa do interior dos dois estados. Disse-nos ela: “Vocês são privilegiados, aqui existem pobres, de onde vim, só existe miséria”. Este é nosso Brasil com seus Problemas.
4 – PRECONCEITO – Estamos assistindo agora pelas TVs a questão racial. No Brasil esta discriminação está acontecendo ??? Nosso preconceito nos leva a pedir desculpas aos nossos irmãos de cor. Na ONU – Organização das Nações Unidas, discute-se a respeito dos navios negreiros. A Alemanha já se desculpou com a África do Sul. E os demais países ??? O Brasil tem que rastejar para obter o perdão de nossos irmãos, considerando o tanto que sofreram no passado. Sofrimento mesmo. Arrancados de suas famílias, de sua pátria, de seu mundo, e transportados em navios torturas (lê-se Negreiros), para serem vendidos aos que nos colonizavam (colonizavam ?). Temos que pedir perdão e lutarmos para que a dívida externa da África seja perdoada. E aqui no Brasil, sejam nivelados, colocações de acordo com a capacidade de cada um. A Cultura é para todos. A Cultura não é somente para quem pode freqüentar cursinhos particulares. É para a classe média baixa, classe média, para os ricos e para todos. Mais um Problema Brasileiro.
5 – SAÚDE - Na área da saúde encontramos, meus caros Leitores, as maiores incoerências possíveis. Os maiores absurdos imagináveis e não imagináveis. Até nele os “corruptos” enfiam as mãos. Levam verbas e mais verbas do SUS – Sistema Único de Saúde para finalidades outras, deixando os pobres coitados brasileiros dele dependentes a esperarem por meses por uma consulta, um exame, uma internação, uma cirurgia, e as verbas desviadas enriquecendo governantes e representantes do povo brasileiro. Unimos a isto os remédios. Caros e escassos. Somos fraudados até em medicamentos. São apenas Problemas Brasileiros.
6 – ENGERGIA ELÉTRICA – Meus caros Leitores, sobre este assunto já comentamos demais a respeito. Sabem da mágoa que sentimos em ver que os homens responsáveis por ela, apesar de serem avisados por subalternos, não tomaram as providência necessárias e estamos pagando pela incompetência deles. Que Deus nos mande chuvas, muitas chuvas, para que no ano vindouro, não passemos pelo que estamos passando agora. É Problema Brasileiro.
7 – ÁGUA – Ah, este precioso e maravilhoso líquido. Como é saudável, Como é salutar. Como faz bem à saúde. Como está em falta. Como sentimos sua falta. Como faremos sem água. Um Problema Brasileiro para Deus resolver. Torna-se necessário o uso adequado, consciente do povo para evitar o desperdício e a poluição.
8 – CRIANÇA ABANDONADA – Como é triste ver uma criança ao relento. Como é triste vê-la pedindo o que comer. Como é triste vê-la crescer nas ruas. Amparadas estão no “Estatuto da Criança e do Adolescente”, estatuto do Menor. Benéfico quando funciona. Maléfico quando não foi aplicado e os menores já são adultos na maturidade e cometem loucuras, loucuras estas impunes por serem menores. Criança, um grande Problema Brasileiro.
9 – IDOSO DESPROTEGIDO – Usamos aqui o termo IDOSO, para não dizermos “velho”, o que é doído, e eles, não merecem passar por este dissabor. Torna-se grande prioridade a proteção ao Idoso, mas as verbas são distorcidas, desaparecem com os corruptos. Problema Brasileiro a ser olhado com carinho.
10 – DESEMPREGO – Além da queda vertiginosa nos empregos, conforme divulgação na mídia, encontramos também os baixos salários pagos. Os encargos sociais desencorajam qualquer empresário a ampliarem seus negócios proporcionando empregos aos brasileiros. Grande Problema Brasileiro.
11 – VIOLÊNCIA – Acabamos de assistir ao seqüestro da filha de Silvio Santos, e posteriormente o seu próprio seqüestro. Só tivemos detalhes por se tratarem de grandes vultos brasileiros. Repercussão internacional. A corrupção, a má distribuição de rendas, o desemprego, a fome e muito mais, levam o povo a cometer loucuras. Cometerem violências imensuráveis e incalculáveis. Tornam-se monstros incontroláveis, maus, perversos, perigosos, bandidos que nem o cinema consegue retratar a altura. No mesmo momento do seqüestro de Silvio Santos, conforme divulgado pela mídia, mais seis se encontravam em andamento. Com a transmissão ao vivo, o povo teve oportunidade de ver e viver o terror causado pelos bandidos. Tudo é fruto da sociedade em que vivemos. São os Problemas Brasileiros a serem resolvidos.
Os Problemas Brasileiros são muitos. Discorremos um pouco sobre alguns. Gostaríamos de falar sobre a Educação, sobre nossa imensa extensão territorial, suas conseqüências, a seca, as inundações, as geadas, sobre os transportes no Brasil, como são usados, quem os usa, por que os usam, nossas estradas, nossa dívida externa, os juros altíssimos que pagamos, sobre a droga e muitos problemas mais que nos afligem. Greves. Como as greves (amparadas por Lei) são prejudiciais (até aos próprios grevistas) ao andamento de uma Nação. Se o intuito é este, os grevistas conseguem o objetivo. Funcionalismo público federal, estadual, municipal, autárquicos, etc. Quantos transtornos conseguem trazer, quando tudo pode ser resolvido através do bom senso, do diálogo, dos políticos sérios. Afligem-nos e temos que sobreviver com eles. Mas resolvemos parar por aqui. Resolvemos parar para que possam refletir pensar, analisar tudo que narramos, refletindo nossos pequenos GRANDES PROBLEMAS BRASILEIROS.
Se acabássemos com a corrupção em todos os setores, e se a renda “per capta” fosse melhor distribuída, com algumas diferenças, é lógico que os problemas citados seriam no mínimo, minimizados.
Ficamos então por aqui meus caros Leitores.
Desnecessário se faz dizer de nossa satisfação de estarmos com vocês através das páginas do Diário. Prometemos que traremos em próximos Pontos de Vista, história de Araguari que serão do agrado de todos, considerando as famílias que nos referiremos estarem ainda na ativa, e seus descendentes honrando o que fizeram. Aguardem.
Como de sempre, expressamos nossos agradecimentos às pessoas que acercam de nós, manifestam alegria de nos lerem e incentivam-nos a escrevermos mais e mais sobre tudo que pensamos. Passado, presente, futuro. Sobre o futuro falamos esperando das personagens do presente.

Era o que tínhamos.
Que Deus nos abençoe.
Um abraço.